| Foto: Cynthia Goldsmith/CDC

Os Ministérios da Saúde e da Agricultura vão reunir-se nesta semana para discutir quais medidas deverão ser adotadas, no caso de se confirmar a hipótese de que a microcefalia ligada à zika no Nordeste tenha também vínculo com o vírus que ataca bois, o BVDV (de Diarreia Viral Bovina). Caso a relação seja comprovada, entre as medidas que serão analisadas está o abate de bezerros contaminados pelo vírus.

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Conforme a reportagem revelou na semana passada, pesquisadores brasileiros identificaram fragmentos de vírus BVDV em amostras de fetos e bebês com microcefalia ligada à zika. O achado, embora precise ser confirmado por estudos mais específicos, foi considerado importante e comunicado ao Ministério da Saúde. A pasta, por sua vez, notificou o resultado da análise preliminar à Organização Mundial da Saúde.

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Ao jornal O Estado de S. Paulo, representantes da instituição internacional disseram considerar que o estudo, preliminar, pode no futuro apontar uma “pista” importante para se investigar o surto de nascimento de bebês com microcefalia ligada à zika.

Estudos internacionais

Não é a primeira vez, entretanto, que pesquisadores tentam travar uma relação entre microcefalia e BVDV. Estudos realizados, no entanto, indicam haver apenas alguns indícios.

Um deles, publicado na revista Lancet, em 1987, analisou um grupo de 129 mães que deram à luz bebês com microcefalia. O estudo preliminar indicava que duas mães (um número considerado baixo) apresentavam anticorpos para o BVDV e para rubéola. Outro trabalho, de 1988, avaliou um grupo de pessoas que tinha contato com animais considerados suscetíveis ao BVDV.

Os resultados indicaram que parte do grupo apresentava anticorpos para o BVDV, mas não havia nenhum indício de que a contaminação poderia provocar sintomas.

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