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A nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, tomou posse do cargo nesta sexta-feira (27) em uma solenidade no Palácio do Planalto com a presença do presidente Lula. Na ocasião, ela afirmou que pretende reverter a visão de que “direitos humanos é coisa de bandido”.
“Infelizmente na nossa sociedade brasileira, muita gente tem concepção que direitos humanos é uma coisa de quem defende bandido. A gente tem um desafio fundamental para construir a ação destes ministérios. A gente precisa entender a tensão entre afirmação e negação dos direitos humanos”, declarou.
A deputada estadual do PT assumiu o posto do ex-ministro Silvio Almeida, que foi demitido do cargo no ínicio de setembro, após o surgimento de denúncias por suposto abuso sexual cometido por ele. A decisão do presidente ocorreu após uma reunião com o ministro e com Anielle Franco, da Igualdade Racial, que teria sido uma das vítimas.
No discurso de posse, Macaé evitou comentar sobre os casos de assédio ou violência sexual contra mulheres, apenas destacou que a pasta “está de pé”.
Uma das críticas da ministra foi em relação ao que ela descreveu como uma “nova investida do capitalismo”. “No cenário global, a gente enfrenta uma nova investida do capital que aposta na segregação social, racial e ambiental para legitimar a opressão e extermínio de milhões de pessoas comuns, como eu", acrescentou.
Quem é Macaé
Macaé Evaristo é professora graduada em Serviço Social, mestre e doutoranda em Educação. Foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária de Educação em Belo Horizonte e no Estado de Minas Gerais.
Também já atuou na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC), e implementou políticas como escolas indígenas, escola integral e cotas no ensino superior.
Atualmente, Macaé é ré em um processo que corre na Justiça de Minas Gerais sob acusação de superfaturamento na compra de uniformes escolares.
Além do processo pela compra dos uniformes, que está em andamento, Macaé Evaristo foi alvo de outros 13 processos por improbidade administrativa envolvendo a compra de cadeiras escolares, mas as ações foram encerradas após acordo de não persecução cível e pagamento de multa.
Os 13 processos são de quando Macaé atuou como secretária de Educação do ex-governador Fernando Pimentel (PT), entre 2015 e 2018.