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Ao participar do programa “Bom dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta quarta-feira (1), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que os termos “buraco negro” e “denegrir” são racistas.
“Denegrir é uma palavra que o movimento negro e que as pessoas que têm letramento racial não usam de forma nenhuma. Ou, por exemplo: ‘saímos desse buraco negro’. A gente escuta muito isso”, afirmou Franco.
A ministra também disse que costuma corrigir as pessoas que usam termos considerados racistas pelo movimento negro.
“Hoje existem muitas palavras que a gente tem tentado muito, sempre que a gente pode, comunicar de maneira bem tranquila e dizer: ‘Olha, essa palavra é racista'”, disse Franco ao defender “formas de reparação”.
Reações
Ao comentar sobre o caso, o advogado José Antônio Rosa, que é negro, classificou a fala de ministra como “estupidez em palavras”.
“A estupidez em palavras. Anielle Franco, ministra da igualdade racial (?!), aquela que utilizou o jatinho da FAB para assistir a final da Copa do Brasil, entende que a expressão ‘buraco negro’ é racista, ‘letramento racial’. Controlar a linguagem nada mais é do que fascismo”, escreveu o advogado na rede social X.
Já o presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, criticou o salário da ministra e a verba milionária da pasta.
“Segundo Anielle Franco, a flaministra da Igualdade Racial, os termos ‘denegrir’ e ‘buraco negro’ são racistas. R$77 mil por mês de salário e R$90 milhões de orçamento para viajar o Brasil falando esse tipo de bobagem”, escreveu Ribeiro em seu perfil na rede social X.
“Letramento racial”
Ano passado, durante o encontro Democracia e Consciência Antirracista na Justiça Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou a cartilha "Expressões racistas: por que evitá-las".
Palavras como “esclarecer”, “escravo”, “meia-tigela” e “nega maluca”, além de expressões como “feito nas coxas”, foram apontadas como passíveis de exclusão.
Segundo o órgão, o objetivo do manual é listar palavras e expressões a serem banidas do vocabulário brasileiro sob a justificativa de que os termos seriam ofensivos a pessoas negras.