O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou ontem as alterações feitas na medida provisória de restrição ao fumo e que autorizam a volta da propaganda institucional de fabricantes de cigarro. A versão aprovada no Congresso altera o texto original do governo e permite que as empresas tabagistas patrocinem eventos e premiações. Padilha pedirá que a presidente Dilma Rousseff que vete esse trecho da MP.
"Vamos sugerir à presidenta o veto de qualquer medida que autorize a indústria do tabaco a fazer propaganda em eventos culturais, esportivos, seminários. Para nós isso não contribui para a política do país de restrição ao tabaco. De cada dez homens que morrem por problemas pulmonares, oito são ex-fumantes. De cada dez mulheres, seis são ex-fumantes", citou o ministro.
Por meio de emendas à MP, parlamentares aprovaram a autorização para ações de marketing dos fabricantes de tabaco, que continuariam impedidos de anunciar marcas específicas de cigarro. No passado, a indústria tabagista patrocinou festivais de jazz, de rock, de dança e campeonatos esportivos. As restrições à propaganda de cigarro ficaram mais rígidas do ano 2000 em diante.
Padilha exaltou os demais pontos da MP, como a ampliação para todo o país da lei que proíbe fumo em lugares fechados, o que acaba com os fumódromos, e o aumento do preço e dos impostos sobre o cigarro.
Segundo o ministro, o consumo caiu de 35% em 1989 para 15% da população adulta. "A redução foi menor entre os que têm renda mais baixa, os mais jovens e as mulheres. As novas restrições pretendem atingir estas faixas da população em especial", disse Padilha.
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