O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu hoje que o governo federal precisa intensificar as ações de combate ao tráfico internacional de pessoas diante da situação "grave" de vítimas desse tipo de crime. Ao comentar relatório da Secretaria Nacional de Justiça que aponta 475 vítimas nos últimos sete anos, Cardozo disse que o país precisa "ir além" para solucionar o problema.
"Temos muita coisa feita, mas precisamos ir muito além para que possamos atingir em larga medida o espectro grave que esse problema possui no Brasil hoje", afirmou.
O ministro reconheceu que alguns postos de controle do tráfico internacional de pessoas, instalados principalmente em aeroportos, não funcionam adequadamente.
"Alguns funcionam bem, outros não funcionam tão bem. Estamos em cima desta questão para ampliar e melhorar o que vem sendo feito."
Em parceria com o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Drogas e Crime, a secretaria elaborou um diagnóstico que aponta 337 vítimas de exploração sexual e 135 pessoas submetidas a trabalho escravo no exterior entre os anos de 2005 e 2011.
O levantamento também mostra que a maioria das vítimas brasileiras está em países como Suriname, Holanda, Suíça e a Espanha.Plano
Cardozo disse que o governo está "às vésperas" de lançar um novo plano de combate ao tráfico de pessoas, que já está nas mãos da presidente Dilma Rousseff. "A exemplo do primeiro lançado há alguns anos, ele congrega esforços de todos os ministérios em busca de ações efetivas para enfrentar esse problema. Eu acredito que esse é um problema grave, que só se resolve com ações integradas entre os ministérios, a União, os Estados e vários países do mundo."
Segundo o levantamento do governo, a maior incidência de brasileiros vítimas do tráfico de pessoas está no Suriname - com 133 pessoas. A Suíça apareceu em segundo lugar, com 127 casos, seguida pela Espanha, com 104.
A maior eficácia no combate ao crime, ainda segundo o levantamento, está nos Estados de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul, onde o governo afirma que há a maior incidência de vítimas.
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