"Importação"
Na Espanha, governo inicia visitas para promover atração de médicos
Da Redação, com Agência Estado
O governo brasileiro iniciou ontem a promoção do programa Mais Médicos, que pretende importar médicos, em uma turnê que começou em Santiago de Compostela, na Espanha. Coube ao secretário de Gestão do Trabalho, Mozart Sales, fazer a apresentação, se reunir com a conselheira de Saúde da Galícia, Rocio Mosquera, e visitar a Faculdade de Medicina. Segundo ele, desde terça-feira, cerca de 50 pessoas procuraram informações sobre o projeto, que espera atrair 7 mil médicos estrangeiros. Já ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Sales completa a viagem nesta semana com encontros em Barcelona e Madri, depois de já ter passado por Lisboa.
A oferta de emprego é vista com desconfiança entre os médicos espanhóis. Segundo eles, o que o governo apresenta nas palestras é apenas o dado demográfico das cidades, nível de renda e principais problemas de saúde, mas não os recursos que garantam hospitais na região. "Os médicos espanhóis não são a solução para as questões de saúde no Brasil", declarou Fernando Rivas, integrante do Conselho Geral do Colégio de Médicos da Espanha. "Podemos ajudar. Mas, pelas condições que nos foram apresentadas, não acredito que mais de uma centena de médicos na Espanha aceite ir ao Brasil. Não haverá uma onda de médicos daqui indo para o Brasil, isso eu posso garantir."
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que a criação do segundo ciclo do curso de Medicina vai ajudar os médicos formados no Brasil a ter uma visão mais humanista e a não depender tanto de "máquinas e equipamentos" para atender os pacientes. A medida integra o programa Mais Médicos, lançado nesta semana pelo governo federal, e prevê que os alunos que ingressarem nos cursos de Medicina a partir de 2015 terão de atuar dois anos na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) antes de receber o diploma. As informações são da Agência Brasil.
Os estudantes receberão remuneração do governo federal e terão autorização temporária para exercer a Medicina, além de continuarem vinculados às universidades. "Hoje eles fazem seus dois últimos anos em um hospital altamente especializado e a gente sabe que a maior parte dos problemas de saúde deve ser resolvida fora dos hospitais. Então queremos oferecer à população médicos mais bem formados, com uma visão mais humanista, que saibam examinar uma pessoa e não fiquem dependente só de máquinas e equipamentos", disse.
Precocidade
Ele lembrou que outros países adotaram modelos semelhantes que resultaram em melhoria na formação dos profissionais sem reduzir o interesse dos estudantes pela Medicina, como é o caso da Inglaterra. O ministro destacou que no Brasil, atualmente, os estudantes são apresentados precocemente à especialização.
"O que acontece hoje é que, nos dois últimos anos de seu curso, o estudante já está sendo apresentado à especialidade, preocupado com a residência que vai fazer, antes de se tornar um médico integral, de ter uma visão geral, de ser um médico mais humano, que conheça o paciente como um todo e não só pedaços do paciente", disse.
Padilha reiterou que, nesse período de dois anos, os alunos não serão deslocados para regiões distantes do local onde estudam, mas atuarão em unidades da rede pública ligadas às instituições de ensino, na própria cidade ou em regiões metropolitanas dos municípios onde estão localizadas.
Ciclo obrigatório pode valer para outras carreiras
Agência Estado
O Conselho Nacional de Educação (CNE) estuda a adoção do ciclo obrigatório de trabalho no SUS, a exemplo do que ocorrerá com o curso de Medicina, para outras carreiras da área de saúde. O plano prevê que estudantes de Odontologia, Psicologia, Nutrição, Enfermagem e Fisioterapia também concluam a formação com atividades na rede pública.
"Isso já vem sendo pensado", informou o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Paulo Speller. Não há prazo para a conclusão da análise, que começou antes mesmo dos estudos sobre o caso da Medicina. Durante o lançamento do programa Mais Médicos, os Ministérios da Saúde e da Educação anunciaram a edição de uma medida provisória para ampliar de seis para oito anos a duração do curso de Medicina em universidades públicas e privadas. A decisão vale para estudantes que ingressarem na faculdade a partir de 2015.
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