O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (24) em São Paulo que acredita na responsabilidade das entidades médicas de 22 estados do país, que não vão permitir que haja paralisação dos serviços de emergência e de urgência nesta terça-feira (25), quando haverá manifestações e paralisação dos médicos que atendem na rede pública em todo o país. A mobilização dos médicos tem como objetivo denunciar a baixa remuneração e as más condições de trabalho, que comprometem a qualidade da assistência oferecida à população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"Os médicos têm seus dias nacionais de luta, é uma ação tradicional, os médicos sempre tiveram. O Ministério da Saúde quando souber quais são as propostas desse dia nacional de luta vai ter opinião sobre isso. O Ministério tem visto como dia nacional de mobilização, não acredita em paralisação de serviços de urgência e emergência, acredita na responsabilidade das entidades médicas, torcemos para isso", disse Padilha, depois de participar de um almoço-debate com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
De acordo com o ministro, o governo, em parceria com a polícia, está empenhado em esclarecer o caso da importação irregular dos Estados Unidos para o Brasil.
"As medidas todas já foram tomadas, tanto do ponto-de-vista da Vigilância Sanitária aqui no Brasil, quanto também da Polícia Federal brasileira, que está investigando o caso detalhadamente, e já tem nessa investigação a parceria da polícia federal americana, da polícia internacional, para que se descubra claramente que são os responsáveis deste crime", disse.
Depois que o problema do lixo importado trazido de outros países foi detectado, Alexandre Padilha garantiu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem reforçado a fiscalização nos estados e municípios. Segundo ele, há produtos que não são lixo hospitalar e nem são contaminados e podem podem ser doados ou comercializados.
"A Anvisa detectou a importação desse tipo de material para o porto de Suape, em Pernambuco, rapidamente reforçou a vigilância em situação de portos, aeroportos, todos os locais de entrada, e reforçou a ação das vigilâncias estaduais e municipais, que tem um papel de acompanhar de mais de perto não só situações como essa como também o destino do lixo hospitalar que é produzido aqui no nosso país, como também produtos que às vezes são doados pelos hospitais, que não são lixo hospitalar", afirmou Padilha. "Às vezes há doações, até mesmo comercialização, mas não são contaminados. É isso que a Anvisa está orientando as vigilâncias estaduais e municipais a separar claramente o que é lixo hospitalar e o que são produtos que não são lixo hospitalar e podem ser comercializados ou doados".
Durante a palestra aos empresários paulistanos do Lide, Padilha foi veemente ao afirmar a determinação do governo de firmar Parcerias Público privadas (PPPs) com a indústria do setor farmacêutico. Ele garantiu que o governo não vai quebrar patentes e afirmou a política do Ministério da Saúde é ter o desenvolvimento de mais patentes nacionais com um programa de inovação tecnológica.
"A grande aposta que o Ministério da Saúde tem feito é estimular a inovação tecnológica no setor privado. Nós vamos investir até 2015 R$ 4 bilhões de recursos do Ministério da Saúde, do Bndes e da Finep para estímulo à inovação tecnológica de produtos. Tanto no desenvolvimento de produtos quanto em pesquisa clínica, centros de desenvolvimento, para que o Brasil possa cada vez mais produzir novos medicamentos. Nós queremos entrar da nova fronteira de medicamentos, que são os medicamentos biotecnológicos e biosimilares".