A diferença dos ritos
Tridentino
A missa é toda em latim. Apenas leituras e homilia podem ser feitas em vernáculo (idioma de cada país onde a missa é celebrada).
Acontece apenas uma leitura.
São duas leituras do Evangelho.
Existe apenas uma opção de orações eucarísticas.
O sacerdote fica voltado para o sacrário e se volta para o povo em certos momentos.
A comunhão é sempre de joelhos e diretamente na boca. Novos Ordu (missa atual)
O idioma pode ser em latim ou vernáculo.
Durante a semana acontece uma leitura. Aos domingos e dias de festa, são duas.
Ocorre apenas uma leitura do Evangelho.
As opções de orações eucarísticas são várias, que precisam ser aprovadas pela Santa Sé. A Oração Eucarística I, chamada Cânon Romano, é uma adaptação da usada na missa tridentina.
Normalmente o padre fica de frente para os fiéis.
As conferências episcopais podem autorizar a comunhão em pé e na mão.
As missas de domingo na Igreja da Ordem não são mais as mesmas. Há 16 dias, desde que o Papa Bento XVI permitiu que qualquer padre celebre cerimônias religiosas como antigamente, chamadas de rito tridentino, fiéis e curiosos de diferentes locais da cidade preenchem os bancos da igreja para voltar a rezar como há alguns anos.
Apesar de a missa começar às 10 horas, muitas pessoas chegam bem antes do horário. Isto porque é de praxe rezar o rosário primeiro. Quase todos os domingos também é feita confissão antes da missa, por isso os interessados devem antecipar o horário. Algumas mulheres chegam com o véu na cabeça: geralmente preto para as casadas e branco para as solteiras. Os desacostumados podem estranhar, mas a tradição do véu sempre existiu e foi respeitada até o encerramento do Concílio Vaticano Segundo, quando o Papa Paulo VI publicou a Constituição Missale Romanum, a missa mais conhecida hoje.
A celebração tridentina é feita em latim e, para quem ainda não tem o missal ele é como o folhetim usado nas missas atuais , a Igreja da Ordem imprimiu vários livretinhos com o rito da missa. De um lado, o texto é em latim, do outro, em português. Assim, muita gente consegue responder às orações da missa ainda que não saibam ou não dominem a língua.
Como ainda faz pouco tempo que o papa liberou o rito tridentino, isto ocorreu no dia 14 deste mês, muitas pessoas se surpreendem ao ver a missa à moda antiga. Alguns fiéis ajudam uns aos outros e também há orientações no livreto emprestado pela Igreja da Ordem. Um sinal de que os fiéis precisam se acostumar novamente com o rito é que, em certos momentos, ninguém sabe ao certo se deve se ajoelhar, ficar em pé ou sentado. A dica é seguir as pessoas que ficam mais à frente, que são devotos antigos que já sabem como agir.
Para o professor Aroldo Murá, é uma imensa satisfação ir aos domingos à Igreja da Ordem para rezar. Ele sabe de cor o rito tridentino. "Fui criado pelos meus pais indo à missa antiga. Até 1970 assisti às celebrações assim. É um estilo mais propício para a reflexão, é intimista", diz. "Mas existem pessoas que ainda assim preferem a missa na língua vernácula e não há nada de errado nisso", diz.
Murá deseja ensinar a neta sobre o rito. "Quero que ela descubra como é maravilhoso acompanhar uma missa com cantos gregorianos", conta.
Para o aposentado Roberto Monteiro de Oliveira, a diferença entre uma missa e outra é que a tridentina é voltada para Deus e a atual, para o homem. Neste sentido, fíéis que não estão acostumados com o rito podem estranhar que em muitos momentos o padre fica de costas para a população.
"Domingo passado fiquei emocionado. A igreja estava cheia. Havia mais ou menos 200 pessoas rezando em latim. Eu, meus familiares e amigos lutávamos há mais de 20 anos para que a missa tridentina retornasse às igrejas", afirma Oliveira.
Hoje qualquer padre pode celebrar cerimônias religiosas como antigamente, sem precisar pedir autorização aos bispos ou ao Vaticano, uma exigência que começou a ser cumprida em 1969 e foi abolida no início deste mês. Os devotos também podem solicitar ao padre para rezar matrimônios, crismas, funerais, primeira comunhão e outros sacramentos na forma tridentina. O rito pode ser celebrado durante os dias de semana e uma vez aos domingos e festas. É importante lembrar que apenas os sacerdotes que se sentirem habilitados para rezar o rito poderão fazê-lo. As missas atuais continuam sendo celebradas normalmente.
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