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Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Área de preservação

O Insituto Ambiental do Paraná (IAP) acredita que a transferência da Missa da Paz para o Morro Samambaia irá garantir a preservação ambiental do Anhangava - considerado uma área de preservação permanente. "A questão é que antigamente subiam 2 mil pessoas ao mesmo tempo, muitas sem o propósito de participar da missa. Elas faziam até mesmo piquenique, mas não tinham o compromisso de juntar o lixo depois", explica o técnico do IAP Harvey Schlenker. Segundo ele, neste ano será possível medir o impacto ambiental da presença dos fiéis no morro.

Para o prefeito de Quatro Barras, Roberto Adamoski, o impacto ambiental causado no Morro Anhangava não é de responsabilidade dos fiéis da missa, mas dos montanhistas e turistas que sobem o morro nos fins de semana. "Este ano decidimos ceder, mas se os outros continuarem subindo no Anhangava, nós voltaremos com a missa para lá", diz. O técnico do IAP rebate. "Todos os montanhistas são cadastrados e costumam ir em grupos pequenos para o Anhangava. Eles praticam montanhismo, mas também plantam mudas de árvores e preservam as trilhas. Para nós, do IAP, tanto os fiéis como os outros são vistos da mesma maneira. Todos que tiverem atitudes que não preservem o meio ambiente serão barrados", finaliza Schlenker.

Mudanças

• O Morro Samambaia é 200 metros mais baixo que o Anhangava, que tem 1,4 mil metros.

• O acesso ao Samambaia é mais fácil e é feito pela trilha do Asa Delta.

• Uma hora é o tempo médio para subir o Samambaia.

• 200 pessoas será o número limite permitido em cada missa.

Depois de dois anos de tradição interrompida, a Missa da Paz deste ano já está confirmada. Só que desta vez ela será celebrada no Morro Samambaia, em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. A mudança ocorreu após diversas discussões com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que alega impacto ambiental no cume do Morro Anhangava, onde a missa ocorria há mais de meio século.

Para o padre Rodinei Thomazella, da Paróquia São Sebastião de Quatro Barras, o novo local é visto com bons olhos pela comunidade. "Será um espaço definitivo para podermos realizar a missa sem interrupção", afirma. Nos últimos dois anos a exigência era de que ela acontecesse no pé do Morro Anhangava, mas segundo o padre os fiéis se recusaram a rezar naquele lugar porque não poderiam seguir a tradição de chegar ao cume do morro para pedir paz mundial, cumprir penitência e rezar. "Por isso fizemos apenas algumas orações", explica.

Neste ano, a missa, que é realizada todo 1.º de Maio, será celebrada em dois horários diferentes com o objetivo de atender todos os fiéis. Uma será pela manhã, às 10 horas, com o padre Rodinei Thomazella. A outra será às 15 horas, celebrada pelos padres capuchinhos. "Ambas comportarão até 200 pessoas, que devem estar credenciadas para subir o morro, uma exigência do IAP", explica Thomazella. "No ato do cadastro a pessoa receberá um crachá para ter acesso ao morro. Os visitantes e pessoas que não conseguirem se credenciar antes poderão fazer o registro no dia da missa", afirma Joel Tulio, chefe da fiscalização do meio ambiente da prefeitura de Quatro Barras. "Mesmo assim, é importante lembrar que o número de pessoas é limitado", diz.

Para dom Ladislau Biernaski, bispo da Diocese de São José dos Pinhais, responsável pela paróquia de Quatro Barras, o acordo para mudar o local onde a missa era celebrada é pacífico e positivo, porque vai ajudar as pessoas de mais idade que antes tinham dificuldades de subir até o cume do Anhangava. "A comunidade mais envolvida já está ciente das mudanças. O essencial da missa não nos foi tirado. Lá, também poderemos celebrar o dom de Deus e a questão natural."

Os fiéis Maria Helena de Souza Tomás e Joaquim Prohny já garantiram o credenciamento. "É a primeira vez que vou participar, por isso não perdi tempo", diz Maria. Para Joaquim, que há oito anos acompanha a Missa da Paz, as mudanças preocupam. "Há 50 anos temos a tradição de orar no cume do Anhangava. Era comum a população tirar o dia todo para subir o morro, fazer a caminhada como penitência", conta. "No ano, mesmo sem permissão, eu e outros fiéis acabamos subindo o Anhangava para rezar o terço", conta.

Para quem não abre mão de rezar no cume do Anhangava, é preciso antecipar as orações. O IAP estará três dias antes no local para orientar os fiéis que desejam subir até o cume. "Na terça-feira, ninguém sobe", explica o técnico do Departamento de Unidades de Conservação do IAP, Harvey Schlenker.

Celebrações

Outras missas fazem celebração ao 1.º de Maio. Na Paróquia da Barreirinha é realizada a Romaria dos Trabalhadores – os fiéis saem às 9 h da paróquia em uma caravana de ônibus até a Paróquia Sagrada Família, no Xaxim. Em Colombo ocorre a IX Caminhada pela Paz, os fiéis farão o mesmo trajeto dos anos anteriores: a concentração será em frente do Shopping Maracanã, às 9 h, descendo pela Estrada da Ribeira até a Praça da Bíblia no Rio Verde. A Paróquia São Pedro Apóstolo, no Xaxim, promove a XVI Romaria para a Celebração e Luta pelos direitos, justiça e dignidade dos trabalhadores – a celebração será das 9 h ao meio-dia.

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