Crimes cheios de mistério são desafios para a precariedade da polícia e um tormento para os familiares. O assassinato de duas idosas em Ponta Grossa, em 2002, gerou um cenário intrigante e sem pistas que pudessem pôr o culpado na cadeia. A situação deixa indignada Loraine Mendes, 23 anos, neta de uma das vítimas. As irmãs Margarida Ribeiro, 72 anos, e Sofia Migdalski, 70 anos, moravam sozinhas. A tesoura que Margarida, avó de Loraine, colocava embaixo da cama como simpatia contra câimbras foi usada para golpeá-la quatro vezes no pescoço.
Margarida foi encontrada deitada na cama, como se estivesse dormindo, olhando fixo para a porta. Já Sofia foi morta no corredor, espancada e depois estrangulada. A cama estava como se ela tivesse se levantado para abrir a porta e o chinelo estava fora da casa. O imóvel estava intacto. Uma nota de R$ 50 repousava sobre a cômoda. Na faxina que a família fez após as mortes foram encontrados R$ 4.350,00 em diversos esconderijos improvisados, como potes de sorvete.
O delegado que cuidou do inquérito na época pensou até em fazer hipnose com o cunhado das vítimas, que mora no mesmo terreno e disse não ter ouvido nada durante a madrugada. Como já tinha mais de 65 anos, usou a prerrogativa de idade para recusar a experiência. A casa foi tomada por curiosos antes mesmo da chegada da polícia. Algumas provas, como a tesoura, o lenço que foi cuidadosamente cortado e colocado sobre o pescoço de Sofia, a marca de uma mão ensangüentada que ficou marcada na parede de madeira foram recolhidas, mas nenhuma pista levou ao assassino.
Vendedoras de uma loja de confecções prestaram depoimento dizendo que um homem, com um maço de notas, comprou muitas roupas, calçados e mandou jogar fora as peças que usava. Parecia ter um ferimento na cabeça, escondido por uma touca. O suspeito, no entanto, não chegou a ser localizado. Passados cinco anos, o inquérito continua aberto. "O trabalho da polícia foi uma porcaria", reclama a neta. "Não tiraram as digitais do trinco da porta nem de nada que pudesse identificar o criminoso."
"Afinal de contas, eram pessoas da minha família que eram importantes para mim e que foram mortas dessa forma. [O assassino] pode ser alguém que mora perto de mim", acrescenta. A polícia nega que tenha sido negligente no caso e diz que usou os recursos possíveis num crime complicado. "Passou tudo pela perícia. Foi feito como dava para fazer", diz o investigador Marcos Lustosa.
No ano passado, 40 casos de homicídios com autoria desconhecida foram parar na Seção de Investigação e Captura (SIC) de Ponta Grossa. Destes, nove não foram desvendados. Mas em cinco, não há sequer suspeito. O caso mais intrigante aconteceu no Parque Castanheiras, na periferia da cidade, onde dois homens sem passagens pela delegacia um carrinheiro e um aposentado, ambos solitários foram mortos de forma semelhante, com diferença de menos de um mês entre os crimes. Há ainda o pesadelo dos investigadores: os achados de ossadas, quando nem o nome da vítima é possível descobrir. Em 2006, foram dois casos na cidade.
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