Coincidência?
Pai de vítima diz ter ido à cidade acertar detalhes da festa
No mesmo dia mas antes que Cenedezi fosse encontrado pela polícia local , o pai da adolescente de 14 anos envenenada pelos bombons, o policial militar Edilson Teminski, afirma que esteve em frente da casa de Margarete em Joinville, mas não percebeu nada de anormal. Ele conta que foi até o município catarinense para confirmar detalhes da festa de 15 anos da filha, após ter tentado falar com Margarete por telefone e por e-mail.
Mesmo após a confirmação de que ela seria a mulher responsável pelo envio dos doces envenenados, Teminski não acredita no envolvimento da doceira. "O jeito que os bombons foram entregues não condiziam com o método de trabalho dela." Margarete havia sido responsável pela festa de 15 anos de outra filha de Teminski.
O policial militar disse que também recebeu uma ligação de um amigo comum de Margarete avisando da mensagem suspeita, na noite de quinta. "Imediatamente liguei para a (Delegacia de) Homicídios." No outro dia, ele diz ter acompanhado policiais civis até a casa de Margarete. (AP)
Uma tentativa de homicídio em Santa Catarina, o desaparecimento da principal suspeita de um envenenamento e uma mensagem de celular enviada a um grupo de pessoas na semana passada aumentam o mistério sobre a motivação do envio de brigadeiros com veneno a uma adolescente de 14 anos, caso que aconteceu no início do mês em Curitiba e que até agora não foi esclarecido. A polícia trabalha em diversas linhas, segundo o delegado coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joinville, Marcel de Oliveira, porém a hipótese de haver relação entre o desaparecimento de Margarete Marcondes, o espancamento do marido dela e o envenenamento dos adolescentes ainda não existe.
Após a divulgação das imagens de câmeras de segurança que mostrariam a doceira Margarete Marcondes, 45 anos, entregando a caixa de bombons envenenados a um taxista próximo ao Shopping Pinheirinho, a história começou a ganhar complexidade. Na quinta-feira passada, Nercival Cenedezi, 49 anos, marido de Margarete, foi encontrado pela polícia de Joinville com sinais de espancamento, em cima da cama. Estava nu, desacordado e com marcas de agressão na cabeça e no braço. Segundo peritos locais, o sangue encontrado na casa revela que a agressão deva ter ocorrido entre terça e quarta-feira. Na sequência, descobriu-se que desde terça-feira, a mulher e o carro não foram mais vistos. O homem ainda não foi ouvido pela polícia por estar confuso.
Mensagem
A polícia de Joinville chegou à residência do casal após receber um telefonema de um amigo de Margarete que havia recebido uma mensagem curiosa, pouco antes de Cenedezi ser encontrado. O texto avisa que Cenedezi está morto e que Margarete teria presenciado o crime. "Nercival está morto em casa aguardando para ser enterrado. Mulher presenciou tudo, está dopada, drogada e pronta para ser atropelada. Docinho só fachada. Laranja se ferrou", diz o texto. De acordo com o delegado, esse amigo disse que um grupo de conhecidos havia recebido a mesma mensagem do celular de Margarete. A polícia investiga o teor do texto.
Segundo vizinhos, o casal sempre foi tranquilo e não era de receber visitas. Para Olga Duarte, moradora da terceira casa ao lado de onde ocorreu o crime, nenhum barulho foi ouvido e nem foi percebido ninguém estranho rondando o local.
VIDA E CIDADANIA | 1:33
A casa de Margarete Marcondes, em Joinville (SC), estava cheia de sangue nas paredes e no chão no último dia 23, quando os investigadores da Delegacia de Homicídio de Curitiba estiveram no local. Margarete é suspeita de envenenar os brigadeiros que levaram quatro adolescentes ao hospital no início do mês. Ela está desaparecida e o marido dela foi encontrado gravemente ferido na casa após ter sido espancado na semana passada.
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