Cascavel – Cerca de 600 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) ameaçam invadir a fazenda Jaborandi, em Lindoeste, no Oeste do Paraná. Eles montaram acampamento em frente à propriedade, na manhã de ontem. Homens e mulheres partiram do antigo acampamento nas margens da BR-369, entre Cascavel e Corbélia, em carros, ônibus e caminhões até a entrada principal da fazenda.

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A líder nacional do MLST, Gladis Rossi, diz que a ação visa acelerar a compra do imóvel, que foi ofertado pelo proprietário, Luiz Benjamin Crespi, ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A fazenda, de 1.556 hectares, é destinada à pecuária. De acordo com o proprietário, o local tem cerca de 3 mil bovinos e 700 caprinos, além de 50 hectares de grãos plantados.

A líder do MLST disse que a ação é a primeira de uma série programada para acontecer este mês no Paraná e no Brasil. "Na semana que vem, vamos fazer novos acampamentos na região", anunciou Gladis. O MLST é uma dissidência do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra). Ela destaca ainda que no fim do mês deve haver uma marcha a Brasília, para reivindicar a criação de mil empresas comunitárias no campo, gerando mais renda ao trabalhador rural e melhorando a distribuição de renda no país.

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O chefe do Incra em Cascavel, Hélio José Dalmagro, confirmou que a área na mira do MLST foi ofertada no ano passado pelo proprietário. "Os técnicos do Incra já realizaram a vistoria na área. O processo seguiu para a superintendência que vai analisar se o imóvel serve ou não para a reforma agrária", explica. A princípio, Dalmagro considera a fazenda imprópria para a reforma agrária porque é cheia de morros.