Comportamento
Transporte público é trocado por veículos próprios
Apesar da boa avaliação na mobilidade, um dado da pesquisa mostrou que a população de Curitiba admite ter trocado o transporte público por, principalmente, carros e motocicletas. Ao todo, 55% dos entrevistados disseram que, nos últimos cinco anos, optaram por mais conforto e pela rapidez. Desses, 56% passaram a usar transporte particular e 15% migraram para os ônibus.
Para a professora do Departamento de Geografia da UFPR Olga Firkowski, os números apontam que o sistema de transporte coletivo da cidade apresenta deficiências. "Hoje nós temos muitos atrasos de ônibus e o transporte na cidade é limitado ao ônibus. Nós não temos uma variação de modais em Curitiba." Outro defeito apontado é a falta de linhas alternativas que interliguem os municípios da Grande Curitiba.
Apesar de o trânsito ficar cheio de automóveis, o que provoca congestionamentos, a professora diz que a preferência pelo carro permanece porque, para o usuário, "é melhor demorar no trânsito dentro do carro do que em um ônibus lotado e sem conforto".
Comparada a outras cinco capitais, Curitiba foi avaliada como a melhor cidade em mobilidade urbana em uma pesquisa promovida pela empresa Liberty Seguros. O levantamento, que também avaliou Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, mostrou que quem vive ou trabalha na capital paranaense considera a locomoção urbana um dos pontos fortes do município, além de avaliar que o caos urbano é baixo e as condições para pedestres são melhores.
INFOGRÁFICO: Veja como Curitiba se destaca entre as médias nacionais
Ao todo, em maio, 950 residentes em Curitiba e cidades da região metropolitana responderam a um questionário para opinar sobre o modelo ideal de cidade para viver. Na comparação com as demais cidades, Curitiba aparece com o menor tempo de deslocamento entre casa e trabalho. Segundo os entrevistados, em média, o intervalo para ir de um lugar a outro é de 52 minutos, o mais baixo do estudo.
Segundo o superintendente de Pesquisa e Inovação da Liberty Seguros, José Mello, Curitiba também tem vantagem sobre as outras cidades avaliadas em relação à exigência da população em ter melhores calçadas. "Nas demais capitais, vemos que, em média, 80% da população querem calçadas mais largas. Em Curitiba, esse porcentual é mais baixo. Podemos inferir que aqui as calçadas estão melhores", avalia.
A pesquisa também mostrou que o curitibano considera a capital paranaense menos caótica, em comparação com a opinião dos entrevistados nas outras capitais. "Em todas as entrevistas, o item caótico teve destaque quando falamos da personalidade da cidade, mas, em Curitiba, essa característica não teve tanta evidência quanto nas demais", diz Mello.
Percepção e estudos
Na avaliação do professor de pós-graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Carlos Hardt, o levantamento mostra que o curitibano ainda percebe, apesar do desgaste no modelo de transporte e urbanização, a cidade como melhor que as demais avaliadas. "Uma coisa é um estudo técnico e outra é a percepção da população. Às vezes, um é diferente do outro, mas esse caso mostra que a população vê a cidade da mesma forma como mostram estudos técnicos", explica.
Hardt diz que, apesar do envelhecimento e do desgaste do sistema de transporte público o BRT (Bus Rapid Transit) , a cidade ainda é bem atendida na mobilidade. A chegada de um novo modal de transporte, o metrô, entretanto, é um sinal para que a mobilidade volte a evoluir. Para isso, na opinião de Hardt, o poder público precisa integrar os modais.
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