Princípios
Veja os destaques do Livro Branco da Mobilidade Urbana Sustentável
>> Clima: envolver poder/sociedade na redução da emissão de gases e em ações de mitigação.
>> Progresso: usar o transporte no desenvolvimento da cidade, com planejamento, uso misto do solo e recuperação de espaços.
>> Equidade: garantir acessibilidade e inclusão social, com um serviço diversificado e de qualidade.
>> Saúde: garantir deslocamentos saudáveis pelos baixos índices de poluição e pela possibilidade de realizar exercícios.
>> Participação: garantir ao cidadão que discuta o tema e incorpore canais de troca de ideias.
>> Financiamento e competitividade: equilíbrio entre os custos do sistema e investimento de dinheiro público, de olho em uma tarifa social justa à população.
>> Transparência: abrir a gestão e contas do transporte, facilitando a comunicação com o cidadão.
>> Pessoal: trabalhar na formação continuada de todos que atuam na cadeia do transporte.
>> Inovação: investir em tecnologia de planejamento, gestão, fiscalização e operacionalização dos sistemas de transporte.
A mobilidade urbana entrou com força na agenda política em diversas cidades do mundo. Também pudera: deslocar-se pela cidade é uma necessidade de qualquer cidadão e em muitas localidades estava se tornando um grande problema. Em agosto de 2014, prefeitos de diversas cidades da América Latina reuniram-se em Lima, no Peru, e deram o pontapé inicial para um grande acordo de cooperação entre os países. Curitiba esteve representada no encontro pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT). Em dezembro, uma síntese dessa discussão foi publicada: "Declaração de Lima: Livro Branco da Mobilidade Urbana Sustentável da América Latina", organizado pela Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados e BRT (SIBRT).
Para André Jacobsen, especialista em benchmarking da SIBRT, o encontro e o livro resumem um problema enfrentado em vários países: a falta de políticas públicas com diretrizes nacionais unificadas para o transporte urbano. "Toda cidade têm os mesmos problemas de mobilidade e tenta resolver individualmente. Temos de trabalhar com os governos nacionais, colaborar, trocar experiências e continuar evoluindo", afirma.
Houve um consenso de que a falta dessa diretriz nacional em relação ao transporte acaba prejudicando o acesso a outros direitos sociais, que qualquer cidadão deveria ter contato. Um exemplo é a saúde. Enquanto no setor há um ministério que determina como alguns procedimentos devem ser realizados desde a assistência médica até a distribuição de medicamentos no transporte, cada cidade define suas ações.
Na opinião de Jacobsen, o setor de transporte mobiliza muito dinheiro, mas gasta muito também, o que atrapalha a estruturação, planejamento e gestão de ações que resultem na melhoria da qualidade do transporte. "Se você fizer a discussão do transporte e não pensar na qualidade de vida das cidades, está tudo errado. A discussão não pode se resumir a lucros e gastos de cada um, se não atende a um objetivo final", diz.
O prefeito Gustavo Fruet reconhece que há uma tendência de as cidades buscarem um modelo comum. "Todas buscam aumentar a velocidade do transporte coletivo, reduzir ruídos e emissão de poluentes, desestimular o uso de veículos de transporte individual, e ampliar eficiência energética e qualidade de vida. Este é o futuro", diz.
Fruet conta que recentemente participou de eventos na área de mobilidade na Suécia e Inglaterra, onde notou que Curitiba acompanha as tendências europeias de políticas de redução de emissão de gases poluentes. "Estamos investindo em novas tecnologias. Mas é importante lembrar que isso tem alto custo. Portanto, ao mesmo tempo em que nos deparamos com cobranças da sociedade em relação a tarifa, temos que investir em defesa do meio ambiente", diz.
Além de Fruet, assinaram o documento representantes de Lima, Trujillo, Huancayo (Peru), governo do México, Bogotá, Bucamaranga, Pereira (Colômbia), Quito, Cuenca (Equador), Santiago (Chile), La Paz (Bolívia), Buenos Aires (Argentina), São Paulo e Rio de Janeiro.
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