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CARNAVAL EM SP

Mocidade e Vai-Vai dominam desfile marcado por acidente e confusões

A Vai-Vai levou ao sambódromo neste ano um almanaque de referências à França, numa homenagem ao país europeu | Paulo Pinto/ LIGASP
A Vai-Vai levou ao sambódromo neste ano um almanaque de referências à França, numa homenagem ao país europeu (Foto: Paulo Pinto/ LIGASP)

A segunda noite do Carnaval paulistano teve como destaques Mocidade Alegre e Vai-Vai, que trouxeram sambas fáceis de cantar e baterias ousadas para a avenida. O espetáculo também foi marcado por um acidente com ferido, problemas com carros alegóricos e bate-boca.

As duas despontam como candidatas ao título, junto com a Rosas de Ouro, a melhor agremiação da primeira noite.

Diferentemente da Rosas, porém, Mocidade e Vai-Vai tiveram problemas técnicos ao longo do desfile, o que pode tirar pontos preciosos em uma disputa apertada.

A Mocidade teve problemas em um dos carros-alegóricos, que demorou a sair e deixou um buraco na evolução. Apesar disso, a agremiação fez a avenida cantar sobre as origens do samba. A bateria foi ousada e ao menos cinco vezes silenciou para que o público cantasse o enredo.

“Carnaval é risco. Já pensou se todas escolas fossem iguais?”, disse a presidente da escola, Solange Bichara. Ela afirmou não ter visto o carro da agremiação com problemas. “Só vi a parte boa”, disse.

Já a Vai-Vai levou ao sambódromo neste ano um almanaque de referências à França, numa homenagem ao país europeu.

O presidente da escola Darly Silva, o Neguitão, exaltou a proposta da escola de aplicar uma nova estética em seu desfile. Com fantasias bem acabadas e com quase todas as alas coreografadas, os membros da escola da Bela Vista comemoraram ao encerrar o desfile na dispersão.

Problemas com o som

A escola, no entanto, teve que contornar um problema logo que pisou na avenida. Após ser anunciada a entrada da escola, o sistema de áudio do sambódromo continuou tocando a vinheta de uma propaganda da Prefeitura de São Paulo.

O som atravessou o samba e foi alvo de críticas de Neguitão. “É claro que atrapalha. O problema do som é falta de competência da Liga e da São Paulo Turismo. São dois órgãos que se mostram amadores no Carnaval de São Paulo”, disse após o desfile.

Até que o problema do som fosse resolvido, houve confusão entre a diretoria da Vai-Vai e membros da Liga. Um membro da escola chegou a invadir a torre de onde são feitos os avisos sonoros no sambódromo. O presidente da agremiação deu um tapa nas costas de um membro da organização do Carnaval.

A Liga apura agressões ocorridas durante o episódio, que podem resultar numa numa punição de três pontos.

A SPTuris afirmou que quem faz a troca de som é a Liga. A organização, por sua vez, afirmou que o problema não prejudica a escola em pontuação porque não há avaliação naquele trecho da avenida.

“Striptease”

A Unidos do Peruche, que fez um simples, mas belo desfile, também pode perder pontos. Mas, no caso dela, devido à ação isolada de uma integrante. Juliana Isen, conhecida como a musa dos protestos do impeachment, fez um striptease no meio do desfile da escola.

Ela foi retirada pelo presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira. Para ele, a atitude dela prejudica toda a escola e pode culminar em perda de pontos de fantasia e evolução.

Antes disso, na concentração, ela foi impedida de entrar na avenida com um tapa-sexo anti-Dilma.

A modelo acabou sendo agredida após o episódio e deixou o sambódromo.

Acidente

Última a se apresentar, a X-9 Paulistana teve um desfile cheio de problemas.

Primeiro, a oca que compunha a comissão de frente da escola perdeu a direção e foi parar no gradil da avenida. Os organizadores levaram alguns minutos para conseguir estabilizar e recolocá-la no centro da passarela do samba. Logo em seguida, o segundo carro teve as laterais desmontadas para conseguir contornar e entrar na avenida.

Várias pessoas caíram do mesmo carro após ele tombar para a frente na concentração. Algumas delas foram socorridas pelo SAMU (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência), incluindo o integrante da escola Renato Teixeira, que caiu de uma altura de cerca de dez metros. Ele foi levado para a Santa Casa.

Segundo relatos de integrantes, uma caravela que compunha o carro cedeu pelo peso dos participantes, levando alguns deles a caírem e outros a ficarem pendurados pelo cinto.

Os integrantes que fizeram todo o trajeto tiveram que permanecer sentados durante o resto do desfile e, na hora do desembarque, o clima era de pânico. Houve reclamações de que o cinto estava seco e não fechava.

Outras escolas

Com um carnaval com o tema mistério, a Império da Casa Verde não fugiu da tradição da escola e trouxe carros grandiosos para o sambódromo.

Já a Dragões da Real mais uma vez apelou para a nostalgia dos foliões. Brinquedos antigos, como Playmobil, caíram no samba. Em um enredo sobre surpresa, levou para o sambódromo carros criativos, com surpresas que aguçavam a curiosidade do público.

A Acadêmicos do Tucuruvi levou para a avenida um desfile colorido e cheio de fitas nas alegorias e fantasias. Ao tratar das festas religiosas, a escola trouxe um carro alegórico lembrando a catedral de Aparecida (SP) e outro fazendo referência às festas juninas.

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