O passageiro do transporte coletivo de Curitiba considera a tarifa cara. Isso não é novidade em Curitiba e também na maioria das grandes cidades brasileiras. Repetindo pesquisas anteriores, levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas entre os dias 18 e 20 deste mês mostrou que 71% dos moradores da capital não estão satisfeitos com os R$ 3,30 cobrados na catraca. Mas a pesquisa apontou uma novidade: 72,3% são a favor dos subsídios públicos para baratear a tarifa cobrada dos usuários.
Socorro financeiro
Em novembro, a prefeitura antecipou R$ 2,5 mi para que as empresas pagassem a 1ª parcela do 13º salário de motoristas e cobradores. 58,9% dos entrevistados disseram aprovar a medida para evitar uma greve.
Veja o que pensam os curitibanos sobre a Área Calma
O subsídio é uma forma de toda a sociedade pagar pelo transporte coletivo – inclusive quem não o utiliza. Quem o defende argumenta que a melhoria do setor e o consequente aumento na quantidade de passageiros tirarão automóveis particulares das ruas, melhorando a qualidade de vida para todos os cidadãos. Os críticos dizem que ele representa desequilíbrio nas contas do setor, que deveria se autossustentar com o valor da tarifa.
O levantamento não fez um recorte dos entrevistados que utilizam o transporte público. Dessa forma, não é possível afirmar se o apoio ao subsídio é maior ou menor entre aqueles que se valem de outros meios de transporte, como o automóvel particular.
Divergência
O subsídio se tornou um capítulo no embate entre as gestões da prefeitura de Curitiba e do governo do Paraná. Até o ano passado, as contas da Rede Integrada de Transportes eram unificadas para linhas municipais e metropolitanas. Nesse cenário, o estado desembolsava um subsídio médio mensal de R$ 7,5 milhões. A prefeitura arcava com algo em torno de R$ 2 milhões, valor que ela continuou desembolsando neste ano.
Com a ruína do acordo, o governador Beto Richa assumiu a gestão das linhas metropolitanas com a promessa de reduzir o subsídio pela metade. Segundo a Comec, a média mensal de repasses em 2015 ficou em R$ 3,9 milhões. Mas, para isso, cinco linhas de ligeirinhos foram encurtadas, outras deixaram de entrar nos terminais e o intervalo das viagens foi dilatado em alguns horários, como mostrou a Gazeta do Povo.
65% aprovam Área Calma
Ações no trânsito para melhorar o fluxo de carros e diminuir a letalidade também ganharam o apoio dos entrevistados. Conforme o levantamento, 61% disseram que são a favor da retirada das vagas de estacionamento em vias de maior movimento para melhorar o trânsito.
A pergunta não associou a remoção dessas vagas com a implantação de faixas exclusivas de ônibus, como o que ocorreu na Rua XV de Novembro. A via ganhou uma área exclusiva para ônibus em detrimento das vagas de estacionamento, mas a atual gestão acabou atendendo a pedidos de comerciantes e construiu remansos do lado oposto da rua.
O apoio dos entrevistados com idades entre 16 e 24 anos é de 53,1%, contra 65,9% entre os com mais de 60 anos. Já no recorte por nível de escolaridade, a aprovação chega a 74,4% para quem declarou apresentar apenas o ensino fundamental e fica em 56,1% entre os que têm curso superior.
A redução da velocidade máxima em algumas ruas do centro para 40 Km/h também teve o apoio da maioria. Segundo o levantamento, 65% aprovam a medida. Cerca de 57% dos entrevistados entre 16 e 24 anos também disseram ser a favor da Área Calma.
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