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São Paulo

Moradora de rua detida em junho após protestos continua presa

A Justiça de São Paulo negou um habeas corpus para a última pessoa que continua presa em decorrência das manifestações de junho em São Paulo pela redução das tarifas de ônibus. A moradora de rua Josenilda da Silva Santos, de 38 anos, foi detida no dia 18, uma terça-feira marcada por arrastões e depredações no centro da cidade.

O pedido de liberdade foi rejeitado pela 7ª Câmara de Direito Criminal, na semana passada. Josenilda foi presa em flagrante no 78º DP (Jardins). Ela estava enrolada em um cobertor, com produtos de higiene. Na delegacia, ela teria mentido o seu nome, pois já tinha passagens na polícia e ficou com medo, segundo relatou.

O Ministério Público (MP) ofereceu, em junho, denúncia por furto qualificado contra ela e outras oito pessoas. As outras pessoas detidas foram liberadas em seguida e a moradora de rua continuou sob custódia.

De acordo com a Defensoria Pública, que representa Josenilda, ela foi absolvida pela Justiça da acusação anterior. Mesmo assim a 7ª Câmara Criminal entendeu que ela deve aguardar o julgamento presa. O processo corre sob segredo de Justiça. "Isso mostra a discriminação contra uma mulher, moradora de rua, que só estava com um cobertor e produtos de higiene", diz a ativista do Movimento Passe Livre (MPL) Nina Capelo. A Defensoria Pública entrou com recurso.

Durante os protestos, 155 suspeitos foram detidos, de acordo com a polícia. O MPL, no entanto, calcula o número em 300, incluindo as prisões para averiguação. Segundo o movimento, 24 manifestantes ainda podem ser denunciados pelo MP.

O MPL entrou com duas representações contra a PM no Ministérios Públicos Estadual e Federal por supostos abusos da polícia. A PM diz que vai apurar por meio da corregedoria interna se houve excesso.

Data

Nesta quarta-feira (2), data que marca os 21 anos do Massacre do Carandiru, representantes de grupos de vítimas de violência fizeram uma reunião com participação da imprensa para lutar contra as agressões da polícia. O encontro teve a participação do movimento Mães de Maio, que atribui à PM a morte 493 pessoas após os ataques do PCC em maio de 2006.

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