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Cerca de 50 moradores da Rua Raphael Papa, no bairro Jardim Social, em Curitiba, fizeram uma manifestação ontem pela manhã para pedir mais sinalização de trânsito na região. Segundo eles, os veículos que vêm da BR-476 entram na rua em alta velocidade, colocando em risco pedestres e principalmente alunos do Colégio Estadual Amâncio Moro. Os moradores fizeram um abaixo-assinado, entregue à prefeitura no início do mês, e ontem colocaram várias placas ao longo da rua, pedindo para os motoristas respeitarem o limite de velocidade no local, de 40 quilômetros por hora.

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Segundo a psicóloga Denise Hubner, 48 anos, pelo menos um acidente por semana é registrado na Raphael Papa. "Todos os vizinhos têm histórias para contar. Em agosto, um motoqueiro morreu na frente da minha casa", conta. "As pessoas não vêm mais nos visitar. Quem vem de carro pode levar um buzinaço e quem vem a pé pode ser atropelado."

A situação levou Denise e a filha a criarem um blog. No endereço eletrônico sosraphaelpapa.blogdrive.com, elas relatam as ocorrências e publicam fotos dos acidentes. "Era uma rua em que as pessoas caminhavam, mas muita gente não faz mais isso", afirma a psicóloga, que pede mais respeito por parte dos motoristas. "Eles não param para as crianças. Buzinam e não tiram o pé do acelerador."

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Outro morador, o funcionário público aposentado Kalil de Lima, 43 anos, sai todos os dias de casa para buscar os dois filhos que estudam no Colégio Amâncio Moro. "Os meus estão sendo protegidos, mas muitos pais não podem vir", comenta. "Já teve criança atropelada. Os motoristas entram na rua a 100 quilômetros por hora."

A Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) informou que técnicos estiveram ontem à tarde no local para estudar a instalação de placas, que informarão sobre a necessidade de redução de velocidade, já na BR-476. Outra medida será a instalação de um estreitamento de pista na altura da Rua Bandeirantes Dias Cortes, o que limitará o acesso à rua a um veículo por vez. A Diretran também pretende colocar em funcionamento uma lombada eletrônica, na altura da Rua João Evangelista Espíndola. Outro morador da Raphael Papa, que pediu para não ter o nome revelado, acha que essa medida não terá efeito. "Essa lombada fica longe e só foi instalada porque um deputado mora ali."