Projeto prevê interação com a comunidade
Além das atividades de policiamento, a Unidade Paraná Seguro (UPS) prevê ações sociais. Os policiais que participam do projeto irão percorrer as ruas dos bairros para fazer um levantamento junto aos moradores das principais necessidades.
O comandante das ações, tenente-coronel Nerino Mariano de Brito, explica que os problemas serão repassados ao governo do estado para que sejam tomadas as medidas necessárias para saná-los. "Essa é uma polícia com preparação diferente, não vamos apenas atender ocorrências policiais, iremos ouvir a comunidade, interagir com ela. Nosso objetivo aqui não é fazer diversas prisões, isso foi feito antes de entrarmos no bairro, o que queremos é garantir que o status quo de antes não retorne", enfatiza.
Conforme o tenente-coronel, nove prisões e três apreensões foram feitas na semana passada, numa chamada etapa de inteligência, que antecede a fase de ocupação pelos policiais. "Um trabalho de inteligência foi feito pelo Serviço Reservado do 6º BPM [Batalhão de Polícia Militar] que resultou nesses flagrantes por tráfico e uso de drogas, porte e posse de arma de fogo e roubo", diz.O comandante destaca que Cascavel foi escolhida para receber a primeira UPS do interior do Estado devido à taxa de homicídios ser a maior depois da capital paranaense. Segundo o Setor de Estatísticas do 6º BPM, a taxa é de 38,78 assassinatos para 100 mil habitantes. Na região Norte da cidade, a taxa sobe para 173,7.
Não houve divulgação de balanço das primeiras horas de operação, mas, segundo Nerino, todos os mandados de buscas e apreensão foram cumpridos e houve alguns flagrantes.
Os moradores dos bairros da região norte de Cascavel que estão recebendo a Unidade Paraná Seguro (UPS) aprovaram a presença policial ocorrida nesta sexta-feira (19). Os entrevistados concordam que a atividade é positiva, mas completam que ela deve ser permanente.
O vendedor Loredi Alves Pires mora no Bairro Interlagos há 25 anos e disse que nunca viu tantos policiais nas ruas. Ele considera a segurança fundamental e agora acredita que poderá sair de casa tranquilo. "Quem é de bem não tem o que temer, já os marginais não devem estar gostando. Deveriam ter feito esse projeto antes porque aqui estava muito ruim, era comum ver menino de 12 anos com pistola na cintura ameaçando os moradores, pessoas dando tiro no meio da rua, fazendo algazarra com motocicletas. Tomara que esses policiais permaneçam", conta.
Lucimara Aparecida Alves trabalha como diarista e revela que tinha medo do que poderia acontecer com as filhas enquanto saía de casa. "Elas ficavam sozinhas e os traficantes e ladrões rondando a casa. Muitas noites eu não dormia por medo de levar tiro. Hoje notei que os marginais sumiram. Espero que os policiais fiquem e façam um bom trabalhando tirando os bandidos do bairro", diz.
A dona de casa Joslirene Viana comenta que o Bairro Interlagos sempre foi problemático, pois os homicídios e o tráfico de drogas são comuns. Ela também notou no primeiro dia de policiamento que a comunidade está diferente. "Os bandidinhos que ficam nas esquinas e praças devem estar escondidos hoje. Gostaria que os policiais andassem disfarçados e prendesses todos esses marginais. E não adianta eles ficarem uns dias e irem embora, se saírem, a criminalidade volta", avalia.
Camila Rodrigues mora na região Norte e trabalha como operadora de caixa de um mercado na comunidade. Ela lembra que há alguns anos implantaram um módulo policial na região e não deu certo. "Não sei ao certo o que aconteceu, mas parece que tinha poucos policiais. Espero que dessa vez a ação seja efetiva e diminua a criminalidade. O tráfico de drogas é livre aqui e também tem assalto", observa.
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