Cosedi afirma que não há risco de desabamento, mas edifício tem vários problemas| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Apesar da interdição do Edifício Don José, feita na manhã de ontem pela Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), órgão de fiscalização da prefeitura de Curitiba, os cerca de 300 moradores do prédio continuam ocupando os 144 apartamentos residenciais do local. O edifício, que tem 39 anos e 17 andares, fica na esquina das ruas José Loureiro e Monsenhor Celso, no Centro.

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"O prédio está normal, sem problema nenhum", disse Maurício Cheratzki, síndico do condomínio. Ele afirma que ainda não foi notificado oficialmente da interdição.

Segundo o engenheiro da Cose­di Jorge Castro, o edifício apresenta risco de desprendimento do revestimento da fachada, vidros de janelas soltos, além de problemas nas instalações elétricas e elevadores, mas não há risco de desabamento. O prédio também abriga uma loja de calçados, um bar e lanchonete e um consultório odontológico. Por volta das 17h30 de ontem, os estabelecimentos ainda funcionavam.

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"O condomínio será multado pe­­lo fato de os moradores conti­­nua­­­rem lá. A multa pode che­­gar a R$ 20 mil e será aplicada cada vez que encontrarmos moradores", afirmou Castro. "Na se­­gunda-feira vamos tomar as medidas cabíveis. Provavelmente vou entrar com mandado de segurança contra a prefeitura", disse Cheratzki.

O síndico afirmou que durante a tarde de ontem foi até a Cosedi para ver o documento de interdição do prédio, mas não conseguiu ter acesso a ele. "Pediram para eu acionar um advogado", afirmou. Castro, por outro lado, disse que pela manhã mesmo o documento foi deixado na portaria do prédio, pois Cheratzki, que é médico, estava trabalhando.

"A interdição é uma forma de pressionar o condomínio para fazer as melhorias no prédio. Há sete anos fiscalizamos e nunca mudou nada. O síndico já levou uma série de multas, mais de R$ 20 mil", afirmou o engenheiro da Cosedi. Castro disse que o condomínio não apresentou o laudo do Corpo de Bombeiros, da eletricidade, do elevador, de janelas, do revestimento da fachada e da estrutura do prédio. "Nunca apresentaram nada", afirmou.

Em sua defesa, o síndico mostra um laudo assinado por um engenheiro particular, feito em 15 de agosto deste ano, que atesta que não há comprometimentos estruturais no prédio.