Todos os dias, o segurança Luiz Vieira da Silva, 40 anos, passa algumas horas em frente a um monitor. Da sala com ar condicionado, ele controla a movimentação nos cerca de 560 mil metros quadrados do loteamento Vitória Régia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) o primeiro a adotar um sistema de vigilância por câmeras na cidade, semelhante ao instalado pela prefeitura no calçadão da Rua XV. A diferença é que as câmeras do Vitória Régia foram instaladas pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) local. O sistema é operado por 15 moradores que atuam como voluntários e chegam até a atender algumas "ocorrências".
Desde janeiro, são quatro câmeras instaladas em pontos estratégicos do loteamento, segundo o presidente do Conseg do Vitória Régia, Círio Gomes Ferreira. Os equipamentos ficam no alto de postes com altura aproximada de 20 metros, têm mobilidade de 360 graus e alcance de 800 metros. De acordo com Ferreira, os custos com a instalação do sistema (cerca de R$ 100 mil) e com a manutenção (R$ 9 mil mensais) são bancados por empresas e comerciantes da região.
Círio Ferreira discorda que o sistema invada a privacidade dos moradores. Somente ele e Luiz conhecem a senha que permite reproduzir as imagens. De acordo com Luiz, as imagens só podem ser liberadas mediante decisão judicial. "Jurei confidência. Morro abraçado, não revelo nada", garante. Segundo ele, a sala de controle também é monitorada por câmeras, já que o bairro é vigiado ininterruptamente. Além das câmeras, o Conseg Vitória Régia conta com um sistema de alarmes, instalados em 100 residências, uma viatura e uma moto para vigilância.
O sistema parece ter agradado aos moradores. "Já fui assaltado duas vezes. Depois que instalaram as câmeras, a primeira coisa que acabou foi o tráfico de drogas", disse o comerciante Amauri Krailink, 50 anos. A vendedora Jaqueline Fernanda dos Santos, 25, pretende se mudar para o Vitória Régia. "É mais seguro, porque a filmagem inibe os marginais."