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Uma manifestação realizada ontem em Paranaguá, no litoral do estado, reuniu cerca de 400 moradores da Vila Becker. Com faixas, nariz de palhaço e máscaras, eles protestaram contra a prefeitura e a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), que pretendem realocá-los em uma área próxima às margens da PR-407, rodovia que faz a ligação entre Paranaguá e o balneário de Praia de Leste.

Os moradores não aceitam a transferência, alegando que a nova área não possui infra-estrutura para abrigar residências. Eles admitem deixar suas casas na Vila Becker, mas querem indenização pelos imóveis construídos. "De outro jeito ninguém sai vivo daqui", disse Alcione do Rocio, 30 anos, uma das líderes do movimento de ontem.

A Vila Becker está localizada em uma área de risco, cercada por empresas portuárias – que movimentam cargas perigosas – e por tanques de armazenamento de combustíveis. Os moradores ocupam terrenos invadidos que pertencem à União, ao estado e à prefeitura. Casas do bairro já foram atingidas pelas explosões do navio Vicuña, em 2005, e do depósito da empresa Sal Diana, ocorrida no mês passado.

O presidente da Cohapar, Rafael Greca, e o prefeito José Baka Filho visitaram o local na semana passada. Eles anunciaram que estavam providenciando a remoção dos moradores para uma área de 300 mil metros quadrados. Segundo eles, a construção de novas casas será financiada com R$ 1,7 milhão liberados pelo Fundo Nacional de Habitação Social.

"Eles só vieram aqui porque saiu no jornal a situação de perigo que a gente vive no dia-a-dia. Mas ninguém vai nos esconder lá no mato como eles querem", disse Alcione. Os moradores disseram ainda que não irão participar do treinamento de emergência e evacuação que a Defesa Civil programou para novembro.

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