Cerca de 500 moradores de Pontal do Paraná, no litoral do estado, bloquearam nesta quarta (2) a PR 407, próximo ao trevo de Praia de Leste, em protesto às ações movidas pelo Ministério Público Federal e Ministério Público do Paraná que, no final de outubro, inviabilizaram o funcionamento da empresa italiana Techint e da norueguesa Subsea7.
A manifestação foi marcada para o Dia de Finados com o objetivo de simbolicamente decretar luto por Pontal do Paraná devido à desistência de algumas empresas em se instalarem na cidade.
A rodovia foi fechada apenas por alguns minutos. Logo depois, uma carreata de três quilômetros rumou em direção à Câmara Municipal. Os manifestantes distribuíram panfletos, exibiram faixas de protesto e colheram assinaturas para um abaixo-assinado que pede a liberação das licenças da Subsea7 e também a manutenção da Techint em Pontal do Paraná.
Objetivo
"Nosso objetivo é colher cinco mil assinaturas e levar ao governador Beto Richa", diz Odalbor Ferreira Alves, presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Pontal de Paraná (Aciapar). De acordo com Alves, a mobilização não vai parar por aí. Está agendado para a próxima segunda-feira (7) um protesto em frente ao Palácio Iguaçu. "Queremos abrir um diálogo com o governador Beto Richa e com o Secretário Estadual do Meio Ambiente, Jonel Iurk, sobre a instalação das empresas em nosso município."
Além disso, uma comissão formada por moradores deve ir ao Ministério Público para pedir uma audiência pública em Pontal do Paraná. "O MP tem a obrigação de ouvir os moradores, que somos os maiores interessados no assunto. Isso é o mínimo que eles podem fazer. Eles precisam saber que nós somos os maiores defensores do nosso meio ambiente e queremos chegar a um consenso para o bem maior da população", diz Luciana Pombo, coordenadora do movimento SOS Pontal.
Informalidade
Leonilda Margot Ferreira é vendedora ambulante e, aos 64 anos de idade, fez questão de participar da manifestação. Moradora de Pontal do Paraná há 23 anos, ela afirma que nunca conseguiu um trabalho com carteira assinada. "Não quero que meus netos passem pelo mesmo que passei na vida. Vou lutar para que o progresso venha para a minha cidade", diz. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Pontal do Paraná, não existe nenhuma empresa na cidade que tenha mais do que 50 funcionários.
Os vendedores ambulantes Paulo Cruz e Neuza Pereira, ambos de 38 anos, reclamam que trabalham apenas três meses por ano, durante a temporada de verão. "É uma injustiça o que o governo está fazendo com Pontal do Paraná. Nosso maior sonho é poder trabalhar dignamente. Fora da temporada, tenho dificuldade para sustentar minha família", diz Cruz. Para Neuza, a dificuldade de emprego formal é o principal problema da cidade. "Quero conseguir um emprego com carteira assinada, ter direito a férias, a 13º salário", protesta.
O prefeito de Pontal do Paraná, Rudisney Gimenes, disse que o município é favorável à instalação das empresas na cidade. "A Subsea7 iria fazer um parque de preservação permanente de 97% de sua área de instalação. Isso seria um ganho muito grande para o Meio Ambiente. Os órgãos governamentais de preservação ambiental estão inoperantes e não dão conta da demanda", afirma o prefeito.
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