Moradores da comunidade Vila Nova, no bairro Alto Boqueirão, Zona Sul de Curitiba, fizeram um protesto no início da tarde desta sexta-feira (25), em frente à Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), no centro da cidade, contra as ameaças de despejo em curto prazo que vêm sofrendo.
Após o protesto, segundo Luiz Augusto Filho, morador da comunidade, ficou marcada uma reunião entre os moradores, a COHAB e representantes de órgãos públicos para o dia 28, segunda-feira, às 9h. "Disseram que vão tentar adiar o despejo. Nossa comunidade não é favela, é organizada, e tem posto de saúde ali perto, tem escola perto. Como a gente fica se tiver que sair?", disse ele.
Em nota, a Cohab afirmou que "a ocupação foi feita em área particular, há cerca de dois anos, com ação de reintegração de posse requerida pelo proprietário, com sentença favorável transitada em julgado". E que a Cohab e o município de Curitiba não tinham legitimidade para se pronunciar sobre o caso, já que não são parte na ação.
Ainda segundo a companhia, em reunião realizada na quarta-feira (23), foi explicado aos moradores que não há possibilidade de atendimento, já que produção em andamento de casas e apartamentos já tem destinação definida. Além disso, segundo a Cohab, ocupações já consolidadas têm prioridade, e a Vila Nova foi ocupada mais recentemente.Entenda o caso
No dia 8 deste mês, cerca de 50 famílias foram avisadas, por oficiais de justiça representantes da Regional do Boqueirão e por policiais da ROTAM, que seriam despejados do local, em que vivem há dois anos, após o pedido dereintegração de posse do proprietário do lote. Segundo os moradores, em uma reunião com o poder público estadual, a comunidade conseguiu a suspensão da ordem por 45 dias, decisão afirmada pelo assessor especial para assuntos fundiários do governo do estado, Hamilton Serighelli.
Poucos dias após a reunião, porém, policiais fecharam novamente as ruas da comunidade e anunciaram que o despejo seria realizado no dia 29, terça-feira. "Eles disseram que a gente teria até semana que vem para tirar nossas coisas e desmanchar as casas, ou as máquinas passariam por cima de tudo", disse Willian Borille, morador de Vila Nova.
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