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Tragédia

Moradores do Bumba tentam retomar rotina após tragédia

Homem caminha entre pilhas de doações arrecadadas em benefício das vítimas das chuvas no Rio de Janeiro | Bruno Domingos / Reuters
Homem caminha entre pilhas de doações arrecadadas em benefício das vítimas das chuvas no Rio de Janeiro (Foto: Bruno Domingos / Reuters)
Bombeiros carregam corpos resgatados no Morro do Bumba, em Niterói, onde pelo menos 200 pessoas podem ter sido soterradas na noite de quarta-feira: falta de estrutura e burocracia dificultam identificação dos corpos e enterros |

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Bombeiros carregam corpos resgatados no Morro do Bumba, em Niterói, onde pelo menos 200 pessoas podem ter sido soterradas na noite de quarta-feira: falta de estrutura e burocracia dificultam identificação dos corpos e enterros

Equipes de resgate trabalhavam intensamente nesta quinta-feira em busca de vítimas em um cenário de destruição em Niterói |

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Equipes de resgate trabalhavam intensamente nesta quinta-feira em busca de vítimas em um cenário de destruição em Niterói

Deslizamento de terra em Niterói; dezenas de pessoas eatariam sob lama, lixo e pedras |

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Deslizamento de terra em Niterói; dezenas de pessoas eatariam sob lama, lixo e pedras

"Apesar do medo, temos que recomeçar". É com este pensamento que moradores do entorno do Morro do Bumba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, tentam retomar suas vidas nesta segunda-feira (12). Enquanto eles tentam reaver a rotina, geólogos estão no local para avaliar os riscos de novos deslizamentos após a retirada de lixo da parte baixa do morro.

Francisca de Medeiros ainda tem medo de que novos deslizamentos possam ocorrer, mas está tentando retomar a sua vida. Ela mora em frente ao deslizamento. "Meu marido foi trabalhar e eu ia levar as crianças na escola, mas fiquei com medo porque o dia amanheceu nublado", disse ela. É o primeiro dia que o marido, Erivaldo, vai ao trabalho depois de quarta-feira (7), quando ocorreu o grande deslizamento.

Desabrigados, a irmã e o cunhado de Francisca estão em sua casa, mas também voltaram a trabalhar nesta segunda. "No dia da tragédia, pedi para minha irmã vir para a minha casa. No morro estava sem luz. Graças a Deus eles vieram", contou Francisca.

Números conflitantes

O casal Rosemary Santos, 41 anos, e Hélio Santos, 47, também tentam retomar a rotina. "Nossa casa está interditada. Vamos tentar resolver a situação para voltarmos ao trabalho", disse a esposa, que é doméstica e só deve voltar a trabalhar na quarta-feira (14).

No último domingo (11), bombeiros informavam que já haviam retirado 38 corpos do local. Nesta segunda, no entanto, o comando das operações no local só confirma 36 resgates. Um mulher retirada com vida dos escombros morreu no sábado (10), no Hospital Azevedo Lima.

Geólogos avaliam situação

Após a retirada de grande quantidade de entulho da parte baixa do morro pelos bombeiros, geólogos do Departamento de Recursos Minerais estão na região para avaliar os danos causados ao meio ambiente e a possibilidade de novos deslizamentos.

Segundo o coronel Itamar Oliveira, coordenador das operações do Corpo de Bombeiros no local, os profissionais estão avaliando os riscos da terra descer após a retirada do lixo.

150 bombeiros atuam no localDurante a noite, nenhum corpo foi retirado apesar de 45 bombeiros terem dado continuidade às buscas. Na manhã desta segunda-feira (12), a previsão é que 150 bombeiros continuem o trabalho.

"Oficialmente estamos buscando mais duas pessoas que parentes vieram reclamar, mas continuamos procurando outras vítimas e trabalhando sempre com a esperança de achar sobreviventes", explicou o coronel. O corpo de Bombeiros trabalha com mapeamento da região através do "google maps" para facilitar as buscas.

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