Caminhar por Matinhos, no Litoral no Paraná, depois do último fim de semana é ver nos olhos de seus moradores o susto de presenciar a força do mar se voltando contra aqueles que escolheram viver perto dele. De acordo com os residentes das praias, a ressaca que atingiu o município na madrugada do último sábado (29) foi a pior dos últimos 50 anos.
Na tarde desta segunda-feira (31), funcionários da prefeitura ainda faziam a limpeza da areia. Ela foi trazida pelas grandes ondas, as quais tomaram os estabelecimentos que ficam na beira da praia. Nos restaurantes, o fim semana que normalmente é cheio de trabalho na cozinha, foi usado para fazer a limpeza do salão e das mesas, que quase foram levadas pela maré.
As ondas que atingiram o calçadão do Pico de Matinhos – destruiu parte da Avenida Atlântica – “pareciam um tsunami”. É o que conta o comerciante Antônio dos Santos, que tem uma banca no próprio calçadão. “O susto foi muito grande. Está todo mundo falando que parecia um tsunami”, conta Santos, que diz nunca ter vivido uma ressaca tão “brava” em Matinhos. “Lembro que teve algo em 1998, mas nada perto dessa destruição”, comentou.
Santos, que vende bebidas na praia durante a temporada, disse que pretendia abrir o comércio já neste fim de semana, mas não pode fazê-lo diante da destruição. “Espero que eles arrumem isso para a temporada que logo começa”, afirmou.
Thiago Araújo vive em Matinhos há nove anos e disse nunca ter visto coisa parecida. Ele, que mora há pelo menos cinco quadras da praia e há três do rio que passa pela cidade, acordou com o susto e com a água tomando conta da rua. “Subiu muito rápido, foi impressionante”, afirmou. Araújo costumava pescar no Pico de Matinhos e falou com tristeza ao observar a paisagem destruída. “Eu pesquei aqui na sexta-feira mesmo. É triste ver isso quando você convive com aquele lugar”, contou.
Balneários
Além do Pico de Matinhos, outros balneários foram afetados pela ressaca de último fim de semana como Riviera, Praia Grande e Flamingo, onde o pedreiro Pedro Angelim trabalhava nesta segunda-feira para reparar os estragos causados pela força do mar na casa onde cuida enquanto os proprietários estão em Curitiba. O asfalto fino que passava em frente à residência ficou destruído e, de acordo com Angelim, serão pelo menos três dias de trabalho para retirar as pedras cobrem parte do muro da casa.
O muro, por sinal, foi ele mesmo que reconstruiu, depois que uma outra ressaca derrubou. “Dessa vez ele segurou, ainda bem”, disse, aliviado. Angelim parecia conformado com os estragos. “Quando a gente toma o lugar do mar, ele quer tomar de volta”, comentou. O pedreiro fez um pedido à reportagem, enquanto enchia o carrinho de mão com os restos de pedra de asfalto: “diga para eles [prefeitura de Matinhos e governo do Paraná] fazerem uma obra mais bem feita da próxima vez”.
Ajuda estadual
No sábado, o prefeito de Matinhos, Eduardo Dalmora (PDT) afirmou à Gazeta do Povo que deve pedir ajuda ao governo do Paraná, para que destine verbas para a recuperação do município. Dalmora ainda afirmou que a prefeitura está analisando se será possível reconstruir o Pico de Matinhos.
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