O destino da Praça Miguel Couto a pracinha do Batel está nas mãos de 20 conselheiros estaduais do Patrimônio Histórico e Artístico. Para tentar impedir a obra da prefeitura, que deve dividir o logradouro por uma rua, moradores do bairro entregaram, anteontem, à Secretaria de Estado da Cultura um pedido de tombamento da praça. "Esse ainda é o início da nossa luta. Esperamos que a prefeitura venha a se sensibilizar", afirma o bacharel em Direito Rafael Schuartz, representante do Movimento Amigos do Batel.
O pedido foi recebido pela secretária da Cultura, Vera Mussi. "Pela força da lei de tombamento, nós somos obrigados a dar prosseguimento a essa solicitação", afirma. A secretária contou que encaminhou um ofício ao prefeito Beto Richa pedindo que as mudanças na praça sejam suspensas até a decisão do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. Schuartz também informa que os moradores entraram, ontem, com um pedido de liminar na Justiça com o mesmo objetivo. "Uma cidade que já foi a capital ecológica precisa cuidar de sua história", diz Schuartz.
Com isso, as obras na pracinha, que estavam programadas para o começo deste mês, não devem iniciar antes de meados de julho. Vera explica que é necessário abrir um processo, que deve ser entregue a um relator do Conselho na reunião de junho. Ele deve analisar o caso e apresentar um parecer nos encontros mensais seguintes para então ser votado. Ainda não há data marcada para as reuniões, mas elas costumam acontecer na metade do mês. "Não existe um prazo fixado para que um caso seja avaliado", explica a secretária.
Schuartz conta que os moradores fizeram uma pesquisa histórica, arquitetônica e artística da praça. Ele conta que o local marcava o início da chácara do Barão do Serro Azul e era um ponto de referência para a estrada que rumava para Mato Grosso. O registro mais remoto da pracinha é uma gravura datada de 1856.
O administrador da Regional Matriz da prefeitura, Omar Akel, que centraliza o projeto de reforma da praça, foi surpreendido pela notícia no fim da tarde de ontem. "Em princípio vamos ter de conversar com a Procuradoria-Geral do Município. Continuamos desenvolvendo o projeto com todos os cuidados."
