No município de Pontal do Paraná o sentimento de frustração veio junto com a paralisação das obras de saneamento. A expectativa para a instalação da rede de esgoto na cidade era grande, pois no local ainda funcionam as fossas sépticas. "Não tem esgoto tratado em nenhuma residência. A paralisação nas obras só trouxe prejuízos para a cidade. Inclusive a empresa demoliu calçamento e deixou ruas irregulares. Não fez a recuperação devida", afirmou o prefeito Rudisney Gimenes.
Já a dona de casa Roseli Aparecida Santos, 32 anos, viu a obra parar em frente à sua casa, localizada na Rua Olho Dágua. Ela teme que com isso tenha ido embora também a necessidade de ter esgoto tratado. "Eu espero que eles voltem porque parar bem em frente a porta da minha casa é duro", diz.
A dona de casa veio de Curitiba há cinco anos para morar no município e ainda não se acostumou com os transtornos causados pela falta de esgoto tratado. "Sempre quando chove entope a fossa e volta todo o esgoto para o nosso terreno, além de alagar tudo também. Todo mundo sofre com isso aqui", reclama.
O morador da Rua Olho Dágua e funcionário público, Sérgio Gonçalves, 35 anos também não se conforma com a paralisação. "O mais importante é que o esgoto passe por aqui", diz. No canal Olho Dágua, localizado na rua onde as obras foram paralisadas, é possível ver o reflexo da contaminação que é jogada no mar, onde até urubus se aproveitam dos dejetos do esgoto doméstico no local. Naquela área, a água é imprópria para banho permanentemente. (TD)
