Morre a segunda vítima da explosão em indústria de Araucária

Morreu nesta quinta-feira (19) a segunda vítima da explosão na empresa Imcopa. Douglas Erick de Souza, de 19 anos, estava internado no Hospital Evangélico, em estado grave, mas não resistiu às queimaduras. O acidente aconteceu por volta das 11 horas de quarta-feira (18) em Araucária, região metropolitana de Curitiba.

Segundo o diretor clínico do Hospital Evangélico, o médico Flamariom dos Santos Batista, o estado de Souza já era bastante grave na hora da internação, com grande risco de morte, e queimaduras nas vias respiratórias e de 2º e 3º graus em 90% do corpo. A confirmação da morte foi divulgada às 12h45. No fim da manhã, contudo, a assessoria da Imcopa havia repassado informação da morte para a imprensa. A informação foi negada pelo hospital e só confirmada no começo da tarde pelo diretor clínico.

O operário era funcionário da Sincroniza, empresa terceirizada que presta serviços para Imcopa. Armindo Ferrari, de 63 anos, morreu na hora do acidente, logo após a explosão do tanque de álcool da Imcopa.

Além das duas mortes confirmadas, dois funcionários continuam internados em estado grave. De acordo com o diretor do Hospital Evangélico, os operários Onivaldo Barros e Vinícios Vieira, ambos funcionários da Sincroniza, tiveram cerca de 60% do corpo queimado. No início da tarde, foi divulgado mais um boletim sobre o quadro dos dois funcionários.

Por telefone, Flamariom explicou que o caso de Barros e Vieira são semelhantes, mas com menos de gravidade, quando comparado ao quadro de Souza. "Os dois ainda correm risco de morte. Eles tiveram as vias aéreas comprometidas. Quanto às queimaduras, são de 2º e 3º graus também, mas atingem cerca de 60% do corpo", disse o médico, relembrando que no caso de Souza eram queimaduras em 90% do corpo. "A vantagem deles é que ambos são jovens", completa. Se não houver alteração no quadro de saúde dos dois funcionários, o hospital deve divulgar um novo boletim médico na manhã de sexta-feira.

Quanto aos outros dois funcionários internados no Evangélico, Everaldo Ávila e Gildemar Macedo, o diretor clínico informou que ambos não correm risco de morte e estão na enfermaria. O quadro de saúde dos dois é estável. "Eles tiveram queimaduras de 1º e 2º graus", resumiu. Ainda não há previsão de alta.

Por meio de nota oficial, a Imcopa afirmou que a prioridade da diretoria da fábrica nesta quinta-feira é o atendimento aos familiares e vítimas do acidente. Os feridos em estado grave permanecem em UTI particular no Hospital Evangélico. A empresa contratou um escritório de advocacia para prestar atendimento às famílias dos operários Armindo Ferrari e Douglas Erick Souza, vítimas fatais do acidente.

Feridos

Outros três funcionários, que ficaram feridos após o acidente, tiveram alta na manhã desta quinta-feira. Gildemar Macedo, que estava no Hospital Cajuru, e Laertes Avelino Pinto e Wenderson Soares Silva, que estavam no Hospital do Trabalhador, foram liberados.

Acidente

O acidente aconteceu na manhã de quarta-feira quando dois tanques, com 130 mil litros de álcool armazenado, explodiram - segundo informações da assessoria da empresa. O fogo foi controlado somente no meio da tarde de quarta-feira.

Fábrica

A Imcopa informa que retomou parcialmente as atividades nesta quinta-feira, com o esmagamento de soja para a produção de óleo de soja e farelo. A produção de concentrado de proteína, melaço e álcool permanece paralisada, aguardando avaliação técnica dos equipamentos da segunda planta industrial da fábrica, onde ocorreu o incêndio. Também as obras de construção da terceira planta industrial devem ser retomadas nesta sexta-feira.

A área do acidente permanece isolada. Somente os peritos contratados pela Imcopa e os peritos da Polícia Técnica têm acesso ao local. Ainda não há prazo estabelecido para a emissão dos laudos que apontarão as causas do acidente.