O menino Miguel Gutbier, de 8 anos, morreu às 17 horas de ontem, em Curitiba, de falência miocárdica. Internado no Hospital Pequeno Príncipe desde dezembro, ele esperava um transplante de coração. Miguel era portador de uma miocardiopatia dilatada severa (dilatação que comprometia o funcionamento do órgão, causada por pneumonia contraída aos 6 anos de idade) e, pela gravidade do caso, estava há quase um mês no primeiro lugar na lista de espera do Ministério da Saúde. O enterro acontece hoje às 16 horas, no cemitério Jardim Independência, de Araucária.
A família de Miguel contava com doações para melhorar as condições da casa onde vivia. Ele morava com a avó, Marlene de Sousa, e três irmãs em Araucária, região metropolitana de Curitiba. A condição miserável da moradia dificultaria a recuperação do garoto em casa, caso fosse feito o transplante.
Assim que soube da morte, Araci Asinelli da Luz, que é a empregadora da avó do menino, foi ao encontro na família. "É uma notícia terrível, mas estamos divididos: por um lado sentimos muito a morte dele, por outro há certo alívio pelo fim do sofrimento dele", diz. Segundo ela, o garoto teve várias paradas cardíacas à tarde, mas teve momentos de lucidez. "Ele chegou a perguntar à mãe como faria para reconhecer o pai, que faleceu quando Miguel tinha apenas 4 meses", conta.
Araci conhecia o drama vivido por Miguel e teve a iniciativa de procurar a Gazeta do Povo. Sua carta, publicada no último domingo, e as matérias publicadas em seguida mobilizaram a população. "A ajuda veio de São Mateus do Sul, São José dos Pinhais, Pinhais, Araucária e Curitiba. Estávamos muito esperançosos, mas infelizmente o pior aconteceu", diz.
O Grupo de Amigos do Miguel, formado pelo presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Araucária, José Maximiano, também havia conseguido várias parcerias e doações para construir um novo lar. "Vamos tentar manter esse apoio. O menino se foi, mas ainda a família ainda precisa de muita ajuda", diz. Duas irmãs de Miguel, gêmeas, de 10 anos, também têm problemas cardíacos. O caçula, de 8 meses de idade, nasceu com uma doença nos ossos.
Segundo o coordenador clínico da equipe de transplantes cardíacos do Hospital Pequeno Príncipe, Leonardo Cavadas Soares, houve a evolução natural da doença. "A família estava avisada que isso podia acontecer. Há muito tempo sabíamos que ele corria esse risco", diz. Para o médico, se o transplante tivesse sido feito, o menino poderia estar vivo. "Por isso é preciso sempre ressaltar a importância da doação de órgãos", afirma.
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