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Responsável pelo Plano Diretor que estruturou Curitiba da forma como a cidade é atualmente, o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim morreu na madrugada de ontem em São Paulo, aos 85 anos. Ele havia se envolvido em um acidente de carro em dezembro, e desde então estava internado no Hospital Albert Einstein, um dentre tantos edifícios que projetou.

Wilheim nasceu na Itália e a família, judia, deixou o país em 1939 para fugir das perseguições do governo fascista de Benito Mussolini. Formou-se em Arquitetura em 1952 e, logo depois, ganhou vários concursos de arquitetura e urbanismo.

O primeiro grande projeto de Wilheim foi o Plano Diretor de Curitiba, em parceria com o escritório Serete, realizado em 1965. Para acompanhar a execução do plano, foi criado o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc). O plano concebeu o desenvolvimento da cidade em torno dos eixos estruturais, e é a base do sistema trinário – formado pelas canaletas de ônibus, ladeadas por duas pistas de tráfego lento e, a uma quadra de distância, as vias rápidas, nos dois sentidos. Outra marca do Plano Diretor Wilheim/Ippuc era o destaque para as áreas de convivência, o que motivou posteriormente o calçamento da Rua XV, reservando-a para uso exclusivo dos pedestres.

Também foi responsável pelo projeto do Parque Anhembi, em 1969, e por vários planos diretores de cidades em todo o Brasil. Ocupou diversos cargos públicos e foi secretário de Planejamento e de Meio Ambiente da prefeitura e do governo de São Paulo. Amante da escrita – sonhava ser jornalista – escreveu dezenas de artigos e livros.

Opinando sobre a obra de Wilheim, o sociólogo espanhol Manuel Castells o classificou como "um dos mais inovadores urbanistas do nosso tempo". Wilheim foi enterrado no Cemitério Israelita Butantã, em São Paulo, e deixa a mulher, dois filhos e netos.

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