Morre jovem paranaense que mobilizou doadores de medula

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Após passar por um procedimento para transplante de medula óssea em Curitiba, Poliana Deves, a jovem enfermeira de 24 anos moradora Cascavel, no Oeste, teve complicações devido a baixa imunidade e morreu na madrugada desta terça-feira (7) no Hospital das Clínicas em Curitiba. Ela contraiu uma bactéria que a levou a um quadro de infecção generalizada.

O corpo de Poliana chegou no final da tarde em Cascavel, no Oeste, onde está sendo velado na capela Máster da Acesc, a autarquia que administra o serviço funerário na cidade. Poliana ficou conhecida por mobilizar doadores de medula e sangue em todo o Brasil e até do exterior em uma campanha feita por ela pela internet. O corpo da jovem enfermeira será sepultado nesta quarta-feira (8), às 10h30, no Cemitério São Luiz, em Cascavel.

A história de Poliana, que descobriu em abril do ano passado ser portadora de leucemia, mobilizou milhares de pessoas e fez aumentar o número de doadores de medula cadastrados no Hemocentro de Cascavel. A página “Amigos da Poli”, criada por ela no Facebook para incentivar pessoas a se cadastrarem como doadoras de medula rapidamente atraiu quase 14 mil seguidores.

Em fevereiro, chegou a ser marcada uma cirurgia para o transplante de um doador compatível dos Estados Unidos que ficou sabendo da campanha. Uma semana antes da cirurgia, no entanto, ele acabou excluído da doação.

À época, Poliana gravou um vídeo e postou na página #AmigosDaPoli no qual afirmava que a notícia da exclusão deixou-a abalada. “Pela primeira vez eu estava vendo uma luzinha no fim do túnel e agora essa luzinha se apagou”, afirmou. Mesmo assim, ela não perdia a esperança de encontrar um novo doador compatível. No mesmo vídeo ela incentivava as pessoas a fazerem cadastro de doador para ajudar pessoas com leucemia.

A jovem Jessica Zillmer Silveira, 21, foi apresentada à Poliana por uma amiga e conversava com ela pela internet. Jessica também passou por um tratamento de leucemia durante mais de um ano e fez um transplante de medula autólogo – dela para ela mesma. “Eu contei a minha história para ela, procurei levar fé a ela, mas infelizmente não deu”, relata.

Jessica lembra que Poliana ficava ansiosa com os efeitos colaterais do tratamento. Ela procurava amenizar a dor da amiga com palavras de conforto. Para Jessica, Poliana deixou uma história de vida ao mobilizar muitas pessoas a se tornarem doadoras de sangue e medula. “Achei isso sensacional”, diz.