A história do incêndio criminoso em uma casa no CIC, ocorrido no dia 16 de fevereiro deste ano, ganhou mais um capítulo na tarde desta quarta-feira (9), quando a segunda vítima do atentado, uma jovem de 18 anos, também acabou falecendo. Ela estava internada há 52 dias na UTI do Hospital Evangélico, depois de ter mais de 90% do corpo queimado e morreu às 17 horas de quarta, de falência múltipla dos órgãos. Sua irmã, uma adolescente de 12 anos, não resistiu e morreu cinco dias após o incêndio. A princípio seis pessoas teriam ateado fogo nas adolescentes por ciúmes. Apenas um dos acusados ainda não foi capturado pela polícia.
Cassio Marcelo Leal, de 21 anos, Tiago Lhiar Daniel, 19, e outros dois adolescentes foram apresentados como os responsáveis pelo incêndio cerca de um mês depois do ocorrido. Leal confessou sua participação, mas nega que soubesse a motivação para o crime. Ele foi preso e os dois adolescentes apreendidos e encaminhados para a Delegacia do Adolescente.
Na sequência das investigações, outros dois adolescentes que teriam dado cobertura à ação também foram identificados e apreendidos. Daniel, considerado o mentor do atentado, continua sendo procurado.
Segundo o apurado pela Delegacia de Homicídios, tanto o grupo quanto as jovens moravam na Vila Sandra. Daniel teria sentido ciúmes do envolvimento das adolescentes com rapazes da Vila Ilha Bela, considerada inimiga, e por isso planejou matar as duas.
O delegado que investiga o caso, Danilo Zarlenga, conta que os adolescentes assumiram a participação nos fatos, mas relataram uma história diferente da apurada anteriormente. "Assim que prendermos o Tiago vamos contar todas as versões da história e o que realmente aconteceu. O que posso falar por enquanto é que estamos muito tristes com a morte da vítima, mas satisfeitos de conseguirmos elucidar o caso." Assim como Leal, quando Tiago for preso irá responder por uma tentativa de homicídio qualificado, dois homicídios consumados qualificados e corrupção de menores.
Relembre o caso
De acordo com as investigações, por volta das 5h30 do dia 16 de fevereiro Cassio Marcelo Leal, de 21 anos, e mais dois adolescentes invadiram a casa onde as jovens moravam com a mãe e o padrasto, na região conhecida como Vila Sandra, enquanto Tiago Lhiar Daniel e outros dois adolescentes davam cobertura do lado de fora da residência.
Assim que entraram na casa, Leal começou um confronto com o padrasto das jovens ao mesmo tempo em que os dois adolescentes jogavam combustível e ateavam fogo em um colchão e nas duas moças.
A mãe das jovens, Josiane de Lima, 38 anos, foi agredida por Leal e chegou a ser encaminhada para o hospital, mas recebeu cuidados médicos e foi liberada no mesmo dia. O padrasto, Marcelo Luiz Padilha, de 36 anos, não se feriu. Durante as investigações chegou a se cogitar que o incêndio tivesse sido provocado como uma vingança contra ele, o que não se comprovou. Como era foragido da Colônia Penal Agrícola, ele foi preso enquanto prestava depoimento na Delegacia de Homicídios.
Além de Padilha e dos envolvidos no incêndio, Eliane Lhiar Goes, 39 anos, também foi detida enquanto eram realizadas diligências na casa onde morava com o filho Tiago. Ela era fugitiva do sistema penitenciário, onde cumpria pena por ter assassinado o marido, também por ciúmes, em 2000.
