| Foto:

Ponderação

Indicador não é homogêneo em todas as regiões da cidade

Outro dado interessante levantado pela SMS é o índice de mortalidade por Distrito Sanitário. É possível observar que nas regiões periféricas da cidade esse índice é maior do que o registrado na região central de Curitiba. A regional do Pinheirinho possui a pior média entre os anos de 2004 e 2013, com 12,63 óbitos por mil bebês nascidos vivos; em seguida vem Bairro Novo, com 10,79 óbitos e a CIC, com 10,54. Os dois menores índices foram observados na Matriz, de 7,93; e no Boa Vista, de 8,46.

A redução da taxa de mortalidade infantil é um dos oito Objetivos do Milênio, estabelecidos em 2000 pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, definiu-se que, até 2015, o Brasil deveria reduzir seus índices de mortalidade para 17,9 óbitos por mil. Desde 2004, apenas uma regional registrou um único índice superior à meta da ONU: o Pinheirinho, em 2005, com 19,03.

CARREGANDO :)

O índice de mortalidade infantil em Curitiba apresentou uma redução de 11,05% nos dez primeiros meses de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro de 2013 ocorreram 172 óbitos de bebês com até 1 ano de idade, enquanto no mesmo período deste ano foram 153 óbitos.

INFOGRÁFICO: Acompanhe a evolução da taxa de mortalidade infantil em Curitiba

Publicidade

Os números apresentados ontem pelo secretário da Saúde, Adriano Massuda, revelam que o coeficiente da mortalidade infantil em Curitiba atingiu 7,79 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas até outubro, índice superior, entre as capitais, apenas ao conquistado por Florianópolis (Santa Catarina), de 5,8. Massuda confirmou a expectativa de superação, até o fim do ano, do índice registrado em 2013, de 8,82 óbitos, que já havia apresentado redução de 9,6% em relação ao obtido em 2012.

A redução da mortalidade infantil é creditada a uma série de ações implementadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) desde o início de 2013, com foco na ampliação do acesso ao pré-natal. A criação de 55 novas equipes de Saúde da Família, o que elevou o número de grupos do setor de 185 para 240, gerou um aumento de 4% no número de consultas médicas (152 mil por mês) e de 81% no número de consultas de enfermagem (62 mil mensais).

A expansão do programa Saúde da Família para todas as 109 unidades de saúde de Curitiba é uma das diretrizes da pasta, estabelecidas na Conferência Municipal da Saúde de 2013. Hoje, apenas 64 unidades operam com esse modelo de assistência, que prioriza um atendimento preventivo e direcionado às famílias de determinada área geográfica de acordo com suas especificidades.

Outras ações destacadas por Massuda são a ampliação da rede de atendimento às gestantes em situação de vulnerabilidade com consultórios de rua e a mudança no fluxo de encaminhamento de gestantes de risco, que são atendidas em maternidades de referência nesse tipo de assistência. A medida reduziu as filas e o tempo de espera para consultas entre as mulheres desse grupo. No início de 2013, segundo a SMS, 763 mulheres aguardavam até três meses por atendimento hoje, conforme a pasta, a fila está zerada.

Mortes

Publicidade

De acordo com a diretora de Epidemiologia da SMS, Juliane de Oliveira, a definição de muitas ações passa antes pela identificação das causas e fatores determinantes da mortalidade infantil. Para isso, foram implantadas câmaras nos nove distritos sanitários, às quais cabem a análise dos óbitos com base em prontuários e investigação domiciliar. A partir dessa coleta de informações, são definidas medidas de prevenção. Hoje, segundo Wagner Dias, coordenador do programa Mãe Curitibana, as causas mais comuns de óbito infantil são o nascimento prematuro, a ausência de acompanhamento pré-natal e o uso de drogas ao longo da gravidez.