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Infância

Mortalidade infantil cai, mas óbitos de prematuros preocupam

Vídeo | Reprodução/ParanáTV
Vídeo (Foto: Reprodução/ParanáTV)

A morte de bebês prematuros no período perinatal (durante e até 72 horas após o parto) é a principal causa da mortalidade infantil em Curitiba. Do total de 291 óbitos de crianças de até um ano ocorridos em 2005, 52,23% foram por prematuridade. Segundo o secretário municipal de Saúde, Luciano Ducci, para reduzir o número de partos prematuros, e por conseqüência de mortes de bebês, uma das medidas adotadas foi a notificação de casos de infecção urinária das gestantes, problema que tende a antecipar o nascimento. Também houve a reativação do grupo de enfermeiras, responsável pelo monitoramento e tratamento de gestantes com diabete e hipertensão arterial.

As duas ações são desenvolvidas dentro do Programa Mãe Curitibana (criado em 1999), que vem garantindo a redução das taxas de mortalidade infantil na cidade. O índice caiu de 20,35 óbitos por mil nascidos vivos, em 1995, para 10,7, em 2006 (em 2005 a proporção era de 11,91). A meta é baixar a mortalidade para menos de um dígito por mil nascidos vivos.

A tendência de queda da mortalidade infantil é nacional, segundo estatísticas do Ministério da Saúde, que registrou redução de 7,4% no risco do óbito infantil entre os anos de 2002 e 2004. A região que mais contribuiu para a diminuição foi a Nordeste, com redução de 8,9%. Os estados com queda mais acentuada foram Ceará (10,2%), Piauí (9,6%), Bahia (9,6%) e Alagoas (9,4%), na Região Nordeste, e o estado de Santa Catarina (10,8%), na Região Sul. No Paraná, ela foi de 7,7%, no período.

Limitações

Em Curitiba, 9,6% dos bebês nascem antes dos nove meses regulares da gestação. O pediatra Mitsuru Miwaki, professor titular de pediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e responsável pela UTI Neonatal do Hospital de Clínicas, diz que em todo o Brasil a prematuridade e as suas conseqüências são as maiores causas de mortes nas afecções perinatal dos nascidos vivos com menos de 28 dias. "Isso ocorre em função de causas que a saúde pública, de forma geral, tem limitações para reduzir, como a má-formação congênita", exemplifica. Ele ressalta que o custo para reduzir os índices é muito alto – depende de mais UTIs, qualidade de formação de profissionais e tecnologia de ponta.

Já para o médico Donizetti Jeanberardino Filho, diretor-clínico do Pequeno Príncipe e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) no Paraná, a mortalidade cai de maneira mais fácil com medidas sanitárias, com a educação da população, saneamento, consultas preventivas e a massificação do pré-natal. Segundo ele, derrubar o coeficiente de 40 para 15 mortes por mil nascidos vivos é fácil quando se adota políticas públicas adequadas para o objetivo. Mas para se chegar abaixo de um dígito é preciso lançar mão da medicina tecnológica. "Até 15 você consegue baixar e o município nem precisa ter um hospital complexo, apenas uma boa política de saúde coletiva", disse Jeanberardino.

Genética

Segundo a médica ginecologista Raqueli Rotta Burkiewicz, representante do Conselho Regional de Medicina (CRM) no Comitê Estadual de Prevenção de Morte Materna e Infantil, nas situações de má-formação congênita e anomalias cromossômicas dificilmente o pré-natal consegue alterar a situação. "A única coisa a se fazer seria colocar técnicos especializados, um bom pediatra, cirurgião e UTI neonatal", resume.

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