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A juíza Patrícia Lourival Acioli foi morta na porta de casa, quando voltava do fórum em São Gonçalo, no Rio | Frederico Rozário/O Globo
A juíza Patrícia Lourival Acioli foi morta na porta de casa, quando voltava do fórum em São Gonçalo, no Rio| Foto: Frederico Rozário/O Globo

Mandados

Corregedoria prende seis por ordem póstuma

A Corregedoria Unificada das Polícias do Rio de Janeiro confirmou ontem a prisão de seis militares do 7º Batalhão de Polícia Militar (São Gonçalo), cujos mandados de prisão foram expedidos pela juíza Patrícia Lourival Acioli na quinta-feira, mesma data em que a magistrada foi executada com 21 tiros.

O tenente Daniel Santos Benites Lopes, o sargento Charles de Azevedo Tavares, os cabos Jovanis Falcão Júnior, Sérgio Costa Júnior e Alex Ribeiro Pereira e o soldado Jeferson de Araújo Miranda foram encaminhados para o Batalhão Especial Prisional, em Benfica, zona norte do Rio, de acordo com a Secretaria de Segurança.

Homicídio

A juíza determinou a prisão dos policiais com base em acusação de homicídio. A Secretaria de Segurança não confirma se eles serão investigados por envolvimento na morte de Patrícia.

Folhapress

O Disque-Denúncia recebeu "pelo menos uma informação com alguma consistência", neste fim de semana, sobre o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli, 47 anos, morta com 21 tiros na porta de casa, em Niterói, na região metropolitana do Rio, na noite de quinta-feira.

Segundo o serviço, foram 64 telefonemas desde a noite do crime, alguns com dados sobre a execução e outros sobre ocorrências do passado que podem levar a suspeitos. Quem tiver informações relevantes para a investigação pode entrar em contato pelo telefone (21) 2253-1177. O anonimato é garantido.

A juíza foi morta às 23h45, quando chegava em sua casa após uma sessão no fórum de São Gonçalo, também na região metropolitana. De acordo com o delegado Felipe Ettore, responsável pela investigação do assassinato, Acioli foi morta com 21 disparos por um procedimento de emboscada.

Segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que os criminosos fugiam após o crime. Testemunhas afirmaram que eles estavam em dois carros e duas motos, mas o número exato de criminosos que participaram da ação ainda é desconhecido.

Investigação

A polícia não descarta nenhuma linha de investigação. Há suspeitas contra milícias, grupos de extermínio, agiotas, máfias de vans e até de crime passional.

A juíza, além de ter sofrido várias ameaças por causa de suas decisões rigorosas contra policiais acusados de envolvimento com o crime, teve registros de agressão do namorado, o cabo da PM Marcelo Poubel, em pelo menos duas ocasiões.

Segundo a Secretaria de Segurança do Rio, foi registrada queixa contra o policial em 2006 por uma "surra" que ele teria dado na juíza publicamente, em uma churrascaria.

No começo deste ano, quando estavam separados, ele invadiu a casa de Patrícia e a flagrou no quarto com outro homem – um agente penitenciário. Uma queixa por agressão contra o policial foi registrada na 81.ª DP (Itaipu).

Recentemente, a juíza reatou o relacionamento com o policial. A reportagem não conseguiu localizar Poubel.

Na sexta-feira, ele prestou depoimento durante seis horas na Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, que investiga o caso, e também foi ouvido pela Corregedoria da PM.

Escolta

De acordo com o presidente da Associação dos Magistrados do Rio, Antônio Siqueira, a juíza dispensou, em 2007, a segurança oferecida pelo Tribunal de Justiça aos juízes ameaçados – ela recebia escolta desde 2002.

Ele disse que, na época, ela explicou que seu companheiro era policial e que ele se encarregaria de sua segurança. Entre­­­tanto, familiares da juíza contestaram a versão. Eles afirmam que Patrícia continuava recebendo ameaças e as relatava por meio de ofício ao Tribunal de Justiça, que negou pedido de escolta.

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