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Mistério no mar

Morte de peixes suspende consumo em Paranaguá

Até agora, foram encontradas 60 toneladas de peixes mortos | Bianca Garmatter/Gazeta do Povo
Até agora, foram encontradas 60 toneladas de peixes mortos (Foto: Bianca Garmatter/Gazeta do Povo)

Cerca de 60 toneladas de peixes mortos foram encontrados na Baía de Paranaguá, no litoral do Paraná. Pescadores da região começaram a notar a presença de peixes boiando na quinta-feira da semana passada, mas com o passar dos dias o número au­­mentou. Mais de 90% dos peixes mortos são sardinhas xingós, espécie encontrada no fundo do oceano. Ainda não se sabe o que causou as mortes. A Secretaria Municipal de Saúde de Para­naguá informou que não houve registros de pessoas intoxicadas, mas recomendou que ninguém consuma os peixes e frutos do mar oriundos do município.

Segundo o presidente da Fe­­deração das Colônias de Pesca­dores de Paranaguá, Edmir Ma­­noel, a maior parte dos peixes foi encontrada nas proximidades do Porto de Paranaguá e na costa da Ilha de Amparo. Além de sardinhas xingós, também foram encontrados corvinas e bagres. Pescador há mais de 30 anos, o diretor da colônia de Pescadores de Amparo, Lorival Pereira, 54 anos, diz que os pescadores da região já enterraram mais de 15 toneladas de peixes. "Desde segunda-feira encontramos alguns peixes mortos, porém somente três dias depois percebemos uma quantidade muito maior de pescados boiando na baía", disse Pereira. Além disso, há três dias que todos os moradores da ilha estão sendo afetados diretamente com o cheiro dos peixes mortos. "O cheiro está insuportável."

Algumas hipóteses para a morte dos peixes foram levantadas ontem à tarde em uma reunião em Paranaguá, da qual participaram representantes da prefeitura, da Defesa Civil do município, do Porto de Para­naguá e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A primeira hipótese é que tenha ocorrido derramamento de produtos químicos na água. Outra é que os peixes tenham sido descartados por uma embarcação pesqueira. Cogita-se também que pode ter havido desequilíbro ambiental devido à falta de oxigenação na água devido às altas temperaturas. Análises foram coletadas para descartar indícios de Maré Vermelha, fenômeno ocasionado por algas com toxinas que causam a morte dos peixes.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informou ontem que pesquisadores do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Uni­versidade Federal do Paraná (UFPR), estiveram em Paranaguá para coletar amostras. A previsão do órgão ambiental é de que o resultado da análise do CEM deverá ficar pronto hoje.

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