As atenções para a transmissão de casos de dengue e febre amarela estão voltadas para a Região Sul no começo deste ano. Na quarta-feira (7), a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou a primeira morte por febre amarela no Estado desde 1966. No mesmo dia, o Paraguai confirmou o primeiro caso de dengue do ano e anunciou um bloqueio sanitário na fronteira com a Argentina após a morte de duas pessoas por febre amarela naquele país. Em Cambé, no Norte do Paraná, é investigada a morte de uma mulher de 44 anos com suspeita de dengue hemorrágica.

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A vítima no Rio Grande do Sul é Veridiana Teixeira, de 31 anos. Moradora de Santo Ângelo, ela esteve em Eugênio de Castro, município vizinho onde havia ocorrido morte de macacos. Ela morreu em 25 de dezembro.

Outras duas ocorrências estão sob suspeita. Um morador de Nova Santa Rita, na Grande Porto Alegre, morreu na terça-feira após visitar uma zona de risco em Pirapó. Outro é um homem que foi ao mesmo local e está internado em São Luiz Gonzaga, no oeste do Estado.

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O número de municípios da zona de risco no RS subiu de 87 para 99. As cidades são das regiões oeste e central do Estado, entre as quais algumas de médio porte, como Santo Ângelo e Ijuí. "Ao contrário da dengue, há vacina para evitar a doença", diz o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra.

Hoje , o governo do Estado começou a distribuir mais de 500 mil doses da vacina. Um dos indicativos de que o vírus da doença chegou ao oeste do Estado é a morte de 311 macacos em diversas localidades.

A morte de macacos na Argentina fez com que o diretor da Vigilância Sanitária do Paraguai, Iván Allende, aumentasse a vigilância em seu país. "A província de Misiones (que faz fronteira com o sul paraguaio) reportou três casos de febre amarela com duas mortes", disse o médico. A vacinação contra a doença foi reaberta na região.

DENGUE

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde aguarda os resultados dos exames da paciente morta no dia 31 de dezembro, em Cambé, a 410 quilômetros de Curitiba, no Norte do Estado. As autoridades suspeitam de dengue hemorrágica. "Houve uma evolução atípica da doença, pois a pessoa morreu no segundo dia após o surgimento dos sintomas, por isso precisamos ter esse exame específico", diz a coordenadora da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores, Marcia Gil Aldemucci.

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CONTROLE

No Estado de São Paulo, segundo a Secretaria da Saúde, os casos de dengue caíram 92% no ano passado em relação a 2007. Foram 7.187 casos confirmados nos municípios paulistas, contra 92.345 de janeiro a dezembro de 2007. O número de mortes caiu 94%, de 34 em 2007 para 2 em 2008. A queda é atribuída a ações como a realizada nesta semana em Praia Grande, no litoral sul do Estado. A última epidemia de dengue no município foi em 2006, com 3.513 registros. Em 2007, o número caiu para 176, porém voltou a subir no ano passado, com 281 confirmações.

No litoral norte, Ubatuba teve melhor resultado. Com um histórico de 3 mil casos confirmados no verão passado e uma morte, a cidade reagiu em 2008 e somente 5 pessoas foram infectadas - 3 delas eram de fora.

Na Bahia, Estado que teve crescimento de 162% nos casos de dengue em 2008, com 14 mortes, a capital Salvador iniciou na segunda-feira um levantamento para medir os níveis de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O mais recente Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), divulgado em novembro, mostrou que os níveis caíram de 4,2% para 3,4%.

A situação que mais inspira cuidados na Bahia é a registrada em Itabuna, 429 quilômetros ao sul de Salvador. O município foi considerado o de maior infestação pelas larvas do Aedes aegypti no Brasil, com 16,5% de índice no Liraa. Em alguns bairros, a infestação predial chega a 30%.

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