Em sete dias, dois graves acidentes de trem causaram morte e prejuízo na região metropolitana de Curitiba. Na madrugada da última segunda-feira, um maquinista de 34 anos morreu após uma colisão entre composições no pátio da empresa Votorantin, em Rio Branco do Sul. Uma semana antes, no dia 20, 25 vagões descarrilaram na ferrovia CuritibaParanaguá, no alto da Serra do Mar, derramando farelo de soja, açúcar e milho. Nesse caso, apesar da gravidade, não houve vítimas.Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente na Votorantin foi violentíssimo. Uma composição de seis locomotivas que estava parada no posto de descanso e passagem de serviço sem o maquinista teria se movimentado devido ao declive do terreno. De acordo com a empresa América Latina Logística (ALL), o trem percorreu desgovernado cerca de um quilômetro até se chocar de frente com outra composição em manobra de carga, conduzida por João Gonçalves dos Santos, que morreu na hora. Segundo os bombeiros, a composição teria batido a uma velocidade de 35 quilômetros por hora. Quatro locomotivas e 26 vagões ficaram danificados. Algumas sofreram perda total.
A ALL informou que abriu uma sindicância interna para apurar as causas do acidente. Uma perícia do Instituto de Criminalística vai definir se houve falha mecânica ou humana. Aos bombeiros que atenderam a ocorrência, houve relatos de que o freio estacionário (espécie de freio de mão) não foi acionado. O laudo oficial deve ser divulgado em 30 dias.
O Sindicato dos Maquinistas Ferroviários do Paraná e Santa Catarina informou que existem três maneiras de parar um trem: os freios dinâmico, automático e estacionário. O primeiro é usado apenas com a locomotiva em movimento. O automático funciona com o trem parado, mas ligado. Recomenda-se o uso do estacionário com o carro desligado e em terrenos íngremes caso do ponto de parada onde a composição estava.
Por meio de nota oficial, a ALL lamentou o acidente e disse que "vai prestar todo o auxílio necessário à família do maquinista, que estava há três anos e meio na empresa". Procurada pela reportagem, a família de Santos não quis comentar o acidente, mas afirmou que a empresa estava prestando assistência. Santos era pai de dois filhos.
Descarrilamento
Onze dias depois do acidente na Serra do Mar, as causas do descarrilamento ainda são desconhecidas. A ALL informou, também por meio de nota, que abriu uma sindicância nesse caso. O tombamento aconteceu no quilômetro 70.830 da ferrovia, na altura da Casa do Ipiranga, no município de Quatro Barras. O tráfego não chegou a ser interrompido.
Segundo a empresa, não houve dano ambiental. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), no entanto, não confirma a informação. De acordo com a Sema, exames serão feitos no local após a retirada total das ferragens e dos produtos derramados, o que deve durar mais uma semana. Caso exista confirmação de agressão ao meio ambiente, a empresa pode ser multada.
Na nota, a ALL diz ter investido R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões de investimentos em 2010 na malha ferroviária do Paraná. Além da troca de perfil dos trilhos na ferrovia da Serra do Mar, a empresa afirma ter reforçado estruturalmente as 57 pontes ferroviárias do trajeto.
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