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Um dia após o médico Jamie Gold, de 56 anos, ser esfaqueado e morto por bandidos que roubaram sua bicicleta, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) colocou, em regime de urgência na pauta, um projeto de lei que pretende reduzir os ataques a ciclistas. A decisão foi tomada durante uma reunião, realizada nesta tarde, entre deputados e representantes da comissão de segurança de ciclistas. A comissão de Segurança da Alerj também aprovou a realização de uma audiência pública para discutir os casos de violência contra ciclistas. A sessão ainda não tem data marcada, mas a expectativa é que aconteça na semana que vem.

O projeto que sofria resistência da polícia civil — já que é preciso incluir o roubo ou furto de bicicleta nos registros de ocorrência nas delegacias — recebeu o apoio do presidente da Alerj, Jorge Picciani. Ele afirmou que já deve colocar a proposta em votação na Casa na próxima semana.

“O sentimento é de pesar à família do ciclista. As instituições públicas têm que se integrar, precisamos mudar a legislação estadual para que ela atenda à população”, disse Picciani.

De autoria dos deputados, Martha Rocha (PMDB) e André Ceciliano (PT), o texto cria um cadastro estadual de bicicletas roubadas. A proposta também inclui a tipificação de roubo e furto de bicicleta nas estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Martha Rocha acredita que o projeto de lei pode facilitar as investigações da polícia para identificar os receptadores de bicicletas. “Temos notícias de que boa parte dessas bicicletas roubadas estão sendo vendidas pela internet. Trata-se de um produto altamente rentável (algumas bikes chegam a custar mais de R$ 15 mil). Se tivermos o registro feito nas delegacias, a Delegacia de Repressão a Crimes na Internet (DRCI), por exemplo, pode ajudar a investigar”, afirma a deputada.

Ainda de acordo com a proposta, o cadastro de bicicletas roubadas seria mantido numa página de internet que conteria o número de série e as fotos das magrelas roubadas.

Presidente da Comissão de Segurança no Ciclismo da Cidade do Rio de Janeiro, Raphael Pazos, a tipificação dos roubos de bicicletas ajudaria a mapear os locais com mais índices de ocorrência desses crimes.

“Quanto mais ciclovias no Rio, mais bicicletas e roubos. A previsão é que até 2016 a extensão das ciclovias aumente dos atuais 380 km para 450 km. A aprovação desse projeto seria um avanço para a sociedade e contribuiriam para a redução de roubos e furtos”, disse Pazos. “Se fala muito em mobilidade urbana, mas é preciso dar segurança para os ciclistas. Hoje, quem tem bicicleta está com medo. A maior parte dos assaltos acontecem nas ciclovias”.

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