São Paulo - A moda das "pulseiras do sexo" pode estar relacionada à morte de uma adolescente de 14 anos em Manaus. A Polícia Civil do Amazonas investiga o caso de uma estudante encontrada morta na madrugada de sábado em um motel da periferia da cidade com as pulseiras coloridas no braço e outras arrebentadas ao lado do corpo.
A vítima apresentava hematomas na região do pescoço. A polícia ainda aguarda exames para saber se a menina sofreu violência sexual ou teve overdose por uso de drogas.
As pulseiras surgiram na Inglaterra e viraram mania no Brasil. O enfeite também pode ser usado em um jogo: quem arrebenta o acessório recebe uma retribuição sexual da dona da pulseira. Se ela for roxa, vale beijo de língua; a preta, sexo.
De acordo com Fernanda Moura, funcionária do motel onde a adolescente foi encontrada, a menina chegou em companhia de um homem.
Barrada na entrada por causa da idade, a jovem se aproveitou da ausência do recepcionista, mais tarde, para entrar correndo em um quarto, sendo seguida pelo acompanhante. Segundo a funcionária, a menina parecia alcoolizada ou drogada.
O homem deixou o quarto e o motel minutos depois, afirmando aos funcionários que a garota havia tentado roubá-lo. A menina foi achada ainda com vida no quarto, mas não resistiu até a chegada do resgate. A funcionária disse que não tem detalhes sobre a identidade do suposto assassino.
O pai da menina, o pintor Evandro Prestes da Silva, 45, disse que proibia a filha de usar as pulseiras coloridas. Ele afirmou que viu a garota pela última vez na quinta-feira e que ela ficava mais na casa da avó, no mesmo bairro do motel.
A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente informou que vai pedir hoje à Justiça a proibição do uso das pulseiras por menores de 18 anos no Amazonas.
Na semana passada, a Justiça de Londrina (PR) proibiu a venda e o uso do enfeite entre menores. A decisão foi tomada após a Polícia Civil iniciar a investigação do caso de estupro de uma menina de 13 anos que usava os adereços.
A polícia do Amazonas também investiga um outro assassinato de uma mulher ainda não identificada que ocorreu horas antes da morte da adolescente, ainda na noite de sexta.
Segundo Divanilson Cavalcanti, delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Estado, também havia "pulseiras do sexo" partidas ao lado do corpo. A vítima foi achada com perfurações de faca, no meio da rua, em outra região periférica distante do motel onde a jovem morreu.
Londrina
Em Londrina, no Norte do Paraná, a Justiça proibiu na semana passada a comercialização das pulseiras para menores de 18 anos. O uso dos enfeites também foi proibido para os adolescentes da cidade. A proibição aconteceu depois que uma menina de 13 anos foi estuprada por quatro rapazes, supostamente porque eles arrebentaram uma das pulseiras dela em um terminal de ônibus.