Cerca de 150 moradores de bairros da zona sul de Londrina, no Norte do Paraná, uniram-se na tarde de terça-feira (3) em um protesto por mais segurança. A manifestação foi motivada pela morte da auxiliar de enfermagem Suely Aparecida de Souza, 38 anos, atingida por uma bala perdida em uma pizzaria no Jardim Monte Belo, na noite do último sábado. Vestidos de branco, familiares e amigos da auxiliar de enfermagem participaram do movimento, que começou na Rua Madre Henriqueta Dominici, onde ocorreu o crime, e terminou no 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM).
"Tem acontecido todo tipo de violência na região. Esse protesto já vinha sendo organizado e estava marcado para o dia 13 de abril. Antecipamos por causa do que aconteceu com a Suely. Ela era a alegria da família. As pessoas que fizeram isso não têm coração, não têm alma", disse a irmã da vítima, Eliane Maria de Souza.
"Aqui é um bairro familiar. A pizzaria não é considerada um local de risco e mesmo assim aconteceu tudo isso", declarou outra irmã da vítima, Edna Maria de Souza. "Eu sempre leio um caso de violência no jornal e acho que é uma notícia triste. Hoje eu estou desse lado, vivendo essa situação. É muito triste."
O protesto contou com a colaboração do vereador Roberto Fu (PDT) e de outros dez colegas da Câmara. A sessão ordinária de ontem foi encerrada mais cedo em razão do manifesto.
Em carreata, os manifestantes saíram da Rua Madre Henriqueta Dominici e seguiram em direção ao 5º BPM, onde foram recebidos pelo porta-voz da Polícia Militar, tenente Ricardo Eguedis. Segundo ele, o coronel Joacyr José da Silva estaria fora do batalhão em uma "missão importante".
Diante da insistência dos manifestantes, o comandante da companhia, que não aparecia em público desde a sua posse, em agosto passado, foi chamado e acabou retornando ao batalhão para conversar com a população, que aproveitou para desabafar.
"Moro a dez quarteirões do batalhão e, quando chamei a polícia, levou 1 hora e 40 minutos para chegar. A cidade está jogada ao léu", disse o aposentado Mário Antônio Gomes Cerri, morador do Jardim Monte Belo. "As viaturas têm que deixar de ficar paradas em postos de gasolina. Elas têm de circular pelas ruas", cobrou ele.
O comandante reuniu-se com os manifestantes no pátio interno do batalhão e tentou explicar o que a Polícia Militar tem feito para melhorar a segurança. "Aumentamos o número de viaturas no local [região sul] e estamos trabalhando para identificar o autor do crime [morte de Suely de Souza]", afirmou o coronel. Mas ele também cobrou maior participação da sociedade. "A população tem que colaborar denunciando, adotando uma praça, cuidando das crianças, adotando ações preventivas."
O coronel ressaltou que dentro de dois meses, 170 novos policiais começarão a fazer o policiamento na Cidade.
Investigações
Delegado instaura inquéritoOntem, o delegado operacional Jaime José da Silva, instaurou inquérito para investigar a morte da auxiliar de enfermagem Suely Aparecida de Souza, 38 anos. "Eu e minha equipe ouvimos algumas pessoas no local do crime [no último sábado], fizemos um relatório e as pessoas foram intimadas", disse o delegado. "Já foram ouvidas seis ou sete pessoas, entre testemunhas e suspeitos." Até ontem, nenhuma suspeita havia se confirmado.
Nos próximos dias, outros depoimentos deverão ser colhidos. O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias, podendo ser estendido.
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