Federação começa campanha de alerta para caminhoneiros
A federação que representa os caminhoneiros autônomos do país inicia hoje uma campanha de prevenção contra a gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína. Segundo Diumar Bueno, presidente da Federação Interestadual dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Fenacam), que tem cerca de 1 milhão de filiados, a categoria corre riscos por estar em constante viagem e dificilmente procurar o médico. Entre as 15 mortes do Brasil por causa da nova gripe, três foram de caminhoneiros.
Cuidados
Ao sentir os sintomas da gripe, a pessoa deve procurar o médico
Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são parecidos: febre, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Ao ter alguns desses sintomas, a pessoa deve procurar o médico. Na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na nova gripe.
Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a Influenza A (H1N1)?
O Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus. Nestas unidades, existem 900 leitos com isolamento. Todos os outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de gripe.
Como eu posso me prevenir?
Lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
Vacina será feita no Brasil só em 2010
A vacina contra a gripe suína no Brasil só será produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, a partir de 2010, segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. A previsão anterior era disponibilizar o produto neste ano para grupos de risco, como funcionários de aeroportos e profissionais de saúde.
Um homem de 24 anos pode ter sido a primeira vítima da gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína, na região de Curitiba. O vigilante José Ricardo Maia faleceu por volta das 8 horas da manhã de domingo no Hospital e Maternidade Pinhais. O Brasil registrou até o momento 15 mortes causadas pela gripe A. O país tem 1.175 casos confirmados da doença. No Paraná, são 56 confirmações.
O hospital, único do município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi interditado ontem à tarde para desinfecção e os quatro funcionários que tiveram contato direto com o paciente foram afastados: são dois enfermeiros, um médico e um auxiliar de enfermagem.
Os funcionários ficarão sem trabalhar até o resultado do exame que apontará se Maia tinha ou não o vírus Influenza A. Uma amostra de sangue do paciente foi encaminhada ao Rio de Janeiro ontem. O prazo inicial para a entrega é de três dias, mas a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que pode demorar mais porque a demanda nos laboratórios é grande.
O hospital tem 40 leitos e atende em média 120 pessoas por dia. Os cerca de 20 pacientes que estavam internados permaneceram no hospital ontem à tarde apenas as novas consultas foram encaminhadas para outros locais. Segundo o diretor-técnico do hospital, Artur Zanellato, por ordem do Centro de Epidemiologia do estado o hospital vai reabrir hoje normalmente, após ser desinfectado.
"Os funcionários da recepção vão trabalhar com máscaras até que saia o resultado do exame. Também vamos ficar atentos aos sintomas", diz. Zanellato afirma que não há motivos para pânico, porque o paciente com suspeita de gripe A ficou isolado o tempo todo. "Não há riscos de ele transmitir um possível vírus para os outros", explica. Por outro lado, a secretária de Saúde de Pinhais, Vilma Serra, chegou a afirmar ontem que o hospital ficaria interditado (sem novos pacientes) até que se confirmasse se o caso foi ou não de infecção pelo vírus A (H1N1).
Sintomas
Maia procurou o hospital na última quinta-feira com febre alta, tosse e dificuldades respiratórias. O médico que o atendeu diagnosticou a suspeita da gripe A e o encaminhou para a unidade de saúde do Sítio Cercado. Segundo Paulo Maia, irmão da vítima, ele foi de moto até o posto. "Lá o médico receitou alguns medicamentos e o encaminhou para casa. No sábado, ele passou mal, sentiu muita dificuldade de respirar e voltou para o hospital de Pinhais. Como lá não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele ficou isolado em um quarto", explica o irmão. O laudo da causa da morte apresentado pelo hospital diz que Maia morreu de falência respiratória.
O vigilante entrou, dias antes dos primeiros sintomas, em contato com alguns argentinos que visitaram a empresa onde trabalhava. Depois disso, começou a apresentar sinais da gripe. Maia era casado e tinha uma filha de 2 anos. Ontem, a esposa encaminhou a menina para um pronto-socorro porque ela apresentava sinais de gripe.
Os familiares que tiveram contato com a vítima devem ficar em casa de quarentena, em observação. O corpo não vai para o Instituto Médico-Legal porque as amostras para exame foram retiradas no hospital. O caixão será lacrado para evitar a contaminação de amigos e parentes. De acordo com a assessoria da Secretaria de Saúde, em todos os casos de doença respiratória aguda grave há coleta de material para exame.
Medo
Assim que foi determinada a coleta de material para exame por suspeita de gripe suína, o hospital distribuiu máscaras para todos os funcionários e visitantes. Quem chegou ao hospital se assustou com a notícia. O casal Mariana Pereira e Valdenir Pereira Lopes internou a mãe dele, 47 anos, no mesmo dia, por suspeita de aneurisma. Assim que os dois souberam do possível caso da gripe, decidiram retirá-la do hospital e encaminhá-la para outro lugar. "Ainda não sabemos para onde vamos levar, mas estamos com medo de ficar aqui", comentou o filho.
Giro pelos hospitais
A reportagem percorreu ontem à noite os principais hospitais de Curitiba para ver como estavam os pronto-socorros em relação à gripe suína. Apenas no Hospital Santa Cruz havia problemas: um paciente com suspeita de ter o vírus Influenza A, Rafael Alves, esperava havia 45 minutos por atendimento na recepção, tossindo próximo a outras pessoas. "Ele tem febre alta, dor no corpo e tosse bastante. Chegamos faz tempo, falamos que poderia ser a gripe suína. Deram uma máscara para ele e nós ficamos aqui esperando o tempo todo, sem máscaras", diz a irmã de Rafael, Priscila Nascimento. Depois que a reportagem chegou ao local, Rafael foi imediatamente isolado e atendido. Segundo a chefe de enfermagem Mariana Cavalcanti Simões, as recepcionistas deveriam ter isolado o paciente suspeito, mas ela não sabia explicar porque isso não havia sido feito.
Rafael não viajou ou teve contato com pessoas que viajaram para os países onde já ocorre a transmissão, mas ele ficou preocupado porque as dores começaram a aumentar. No entanto, o hospital descartou a possibilidade de ele estar com a gripe A.
Colaborou João Varella
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