Uma semana antes de ser assassinada com 21 tiros, na última quinta-feira, a juíza Patrícia Acioli organizava uma força-tarefa contra crimes cometidos por policiais militares. A ação ocorria em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar e a Promotoria da 4.ª Vara Criminal do Fórum de São Gonçalo (RJ).
Segundo o corregedor da Polícia Militar (PM), coronel Ronaldo Menezes, o grupo iria acompanhar casos de auto de resistência registros de mortes em supostos confrontos com policiais. O objetivo era checar as ocorrências e identificar possíveis falhas ou crimes praticados pelos PMs na elaboração desses autos.
"Na ocasião [5 de agosto], a doutora Patrícia ficou cerca de cinco horas aqui na corregedoria conversando sobre o assunto e aceitou participar dessa iniciativa", disse o corregedor. Conforme Menezes, com essa ação, os casos iriam chegar de forma mais clara para o Ministério Público, para que o órgão pudesse acelerar e atuar com mais rigor nos processos envolvendo policiais.
O coronel disse que, mesmo com a morte da juíza, pretende dar continuidade ao trabalho com os promotores da 4.ª Vara Criminal de São Gonçalo, Paulo Roberto Melo Cunha e Ana Beatriz Miguel de Aquino. A reportagem não conseguiu localizar os promotores.
Suspeito
Investigadores analisaram ontem as imagens das câmeras do Fórum de São Gonçalo, onde Patrícia trabalhava. Dois homens em uma moto teriam feito uma tocaia e esperado o carro da juíza sair da garagem. Ao ver o veículo na saída, eles teriam seguido para a casa da magistrada.
A Polícia Civil também tenta identificar um suspeito que aparece em imagens feitas por câmeras de ruas próximas à casa da juíza três dias antes do crime. O homem, filmado às 23h13, circulou pela região e fez perguntas sobre a rotina da juíza, sem se identificar. Os investigadores dizem estar proibidos de passar informações sobre o caso.
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