No ano de 2006, o número de motociclistas mortos chegou a 6.734 no Brasil, segundo pesquisa do Ministério da Saúde| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Com aumento de acidentes, semáforos seqüenciais são substituídos em Curitiba

O aumento de acidentes em cruzamentos com semáforos seqüenciais motivou a troca dos sinaleiros instalados em 2003, na avenida Comendador Franco, conhecida como Avenida das Torres, em Curitiba. A diretoria de trânsito da URBS fez um levantamento sobre acidentes nos cruzamentos onde foram instalados os semáforos, 24 meses antes e 24 meses depois da instalação na avenida, e o resultado foi que o índice de acidentes aumentou em 53%.

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Um aumento de 2.252% no número de mortes envolvendo acidentes com motocicletas no Brasil. Este é o resultado de uma pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada nesta quarta-feira (3), que coletou dados em 16 anos. Em 1990, foram 299 motociclistas mortos, enquanto no ano de 2006, o número chegou a 6.734 óbitos.

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Somente no último ano pesquisado, o Paraná registrou 559 mortes de motociclistas para uma população de mais de 10 milhões de habitantes. Uma taxa de 5,4 mortes a cada 100 mil pessoas. Com isso, o estado paranaense ficou em 11° no ranking deste tipo de óbito entre todos os estados.

No Sul do país, Santa Catarina registrou 480 mortes de motociclistas, 8 mortes a cada 100 mil habitantes. O estado, que possui cerca de 6 milhões de pessoas, ficou em segundo lugar no ranking nacional. O Rio Grande do Sul teve 2,6 mortes a cada 100 mil habitantes. O estado gaúcho, com aproximadamente 10 milhões de habitantes, ficou em 21° no ranking com 281 óbitos.

O Piauí ficou em primeiro lugar, com 238 mortes para uma população de três milhões de habitantes, o que representa 8,4 mortos a cada 100 mil habitantes. São Paulo ficou em 20°, com 1.174 óbitos para cerca de 40 milhões de pessoas. O menor número foi registrado no Acre, com uma morte a cada grupo de 100 mil habitantes. Cerca de 700 mil pessoas vivem no estado.

Em cidades com menor porte populacional, de até 20 mil habitantes, a taxa de óbitos por acidentes com moto subiu de 0,01 a cada 100 mil habitantes em 1990 para 4,6 em 2006. Nas cidades com população acima de 500 mil habitantes, o índice foi de 0,2 mortes a cada 100mil habitantes em 1990 para 2,6 em 2006.

De acordo com José Mario de Andrade, engenheiro especialista em gestão de trânsito, o crescimento no número de mortes de motociclistas no trânsito se deve por causa da grande oferta de motos no país. "Com financiamentos e preços mais acessíveis que dos carros, o uso de motocicletas foi estimulado", disse Andrade. Outro fator que deve ser levado em conta é a questão da velocidade dos motociclistas. "A pressa excessiva no trânsito, principalmente de profissionais, como motoboys, que precisam realizar entregas em um pequeno espaço de tempo, é uma causa dos acidentes que podem ser fatais", completou.

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O especialista analisa que é necessário explicar como conduzir os veículos. "Para algumas pessoas há um sentimento de poder quando se está dentro de um carro ou em cima de uma moto. A pessoa se sente muito poderosa em controlar uma máquina. Porém, a ela precisa saber sobre a velocidade e as suas conseqüências". Andrade explica que a educação no trânsito deve ser constante. "Ela nunca termina. A população deve se engajar com esse pensamento. O trânsito é um lugar em que podemos exercer nossa cidadania e educação", finaliza.

Mortes por acidentes de trânsito

Segundo a pesquisa, em 1990, as mortes por acidentes de trânsito (ATT) eram mais freqüentes nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Nesses municípios a taxa era de 26 mortes por 100 mil habitantes. Depois de 1998, com a implantação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a situação se inverteu e os óbitos diminuíram. Em 2006, a taxa nessas cidades caiu para 15,8 mortes a cada 100 mil habitantes.

Nas cidades com menos de 20 mil habitantes, o comportamento foi oposto. A taxa subiu de 13 mortes por 100 mil pessoas em 1990 para 19,7 em 2006. Comparando o número de óbitos por acidentes de trânsito com o crescimento populacional no Brasil no período de 1990 a 2006, houve aumento nas taxas de mortalidade por acidentes e crescimento populacional, ambos de mais de 25%.