Em comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado, em 2012 o Brasil teve redução de 80% no número de mortes em decorrência da dengue. Os óbitos caíram de 374 para 74, segundo números divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. Nos casos graves da doença, a redução foi de 87%. Apenas Roraima, Tocantins, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Mato Grosso tiveram aumento no número de casos registrados. No Paraná, a redução foi de 89%.
O levantamento mostra que o número total de casos passou de 507.798 para 286.011. "Os indicadores mostram que estamos no caminho certo, mas é preciso intensificar esforços", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A pesquisa mostra que dez estados concentram 81,6% dos casos notificados em 2012 Rio de Janeiro (80.160), Bahia (28.154) e Pernambuco (27.393) lideram o ranking. Já os municípios com o maior número de registros são Rio de Janeiro (64.675), Fortaleza (10.156) e Recife (6.343). Apesar da redução nas infecções, o país ainda registra áreas onde a doença tem níveis epidêmicos, como Tocantins, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
A redução das infecções e dos casos graves é atribuída a uma associação de fatores, como o início precoce das ações de prevenção contra a doença e o treinamento de profissionais de saúde para garantir diagnóstico e atendimento rápido das pessoas infectadas.
De acordo com o estudo do Ministério da Saúde, o subtipo de vírus que agora prevalece no país é o dengue 4. Das amostras avaliadas, 59,3% eram deste sorotipo, que voltou a circular no Brasil há dois anos. Em seguida, vem o dengue 1, encontrado em 36,4% das amostras avaliadas.
Paraná
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Paraná, os números mais significativos de casos de dengue no estado estão em Francisco Beltrão (465), Jaguapitã (195), Alto Piquiri (137), Toledo (127) e Foz do Iguaçu (101). Jaguapitã registrou a única morte por dengue no estado em 2012.
Londrina, que ao longo dos últimos anos liderou o ranking da dengue no Paraná, deixou o posto e contabiliza neste ano 87 casos, contra 6.640 no mesmo período de 2011. Uma redução de 98%.
No entanto, de acordo com a diretora da 17.ª Regional de Saúde de Londrina, Djamedes Garrido, o momento não é de tranquilidade. "É hora de atenção máxima, se o ciclo do mosquito não for quebrado agora, poderá haver uma surpresa desagradável no verão."
Para o coordenador de endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Elson Belisário, o aumento na participação popular é um dos grandes responsáveis pela redução dos casos. "As pessoas colaboraram mais e isso teve impacto direto no número de casos", diz.
Colaborou Fábio Calsavara, do Jornal de Londrina