Mortos e feridos

Do prejuízo que lhe foi imposto pelo Senado na votação de quarta-feira, o governo já equacionou a parte que diz respeito à Secretaria de Longo Prazo. Está praticamente decidido que a pasta de Mangabeira Unger renascerá por decreto, como Ministério Extraordinário. Ele não gostou. Alega que teria mais força se aprovado pelo Congresso, mas lhe explicaram que a solução é essa. A pasta terá cerca de 60 cargos (eram 80 na medida provisória derrubada), fruto do remanejamento de vagas não-ocupadas em outras áreas da máquina federal. No entender do governo, mais complicado será resolver o problema dos outros 580 novos cargos embutidos na MP que caiu.

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Ratatouille – A perspectiva de novo jantar, na próxima terça, dos senadores rebeldes deixa muita gente de cabelo em pé. Por sugestão de Wellington Salgado (PMDB-MG), eles se autodenominam "franciscanos", mas seu último encontro, usado para tramar a rejeição da MP dos cargos, custou caro ao governo. Corado – No momento, a batata mais assada no Planalto não é de nenhum senador, mas sim do presidente da Fiesp. Ouve-se ali que a campanha anti-CPMF de Paulo Skaff seria "a gota d’água" de uma atuação "francamente hostil" ao governo Lula. Nem aí – A prancheta dos líderes governistas contabiliza um senador do DEM que não vai nem mudar de partido: votará a favor da prorrogação da CPMF assim mesmo. Falta um – Já Romeu Tuma (SP) deve trocar o DEM por uma sigla da base aliada, mas emite sinais de que não está satisfeito: o governo já arrumou um cargo para Romeu Tuma Júnior, mas Robson Tuma ainda está ao relento. Ponte – Em tempo de sustos com MPs, o Planalto já procura cardeais da oposição em busca de apoio à medida que criará a TV pública. Caladão – Tucanos emplumados só voltarão a falar do valerioduto mineiro quando o procurador-geral da República apresentar sua denúncia. A lei do silêncio vale também para Eduardo Azeredo.

Turbinado 1 – Edinho Silva aglutina apoios para sua candidatura à presidência do PT paulista que vão de Lula, seus ministros Luiz Marinho e Marta Suplicy até Antônio Palocci e José Dirceu. Auxiliado ainda pela mensagem ao partido, de Tarso Genro, o prefeito de Araraquara projeta vitória no 1.º turno em dezembro. Turbinado 2 – Lançada por parte do ex-Campo Majoritário petista e apoiada por alguns membros do grupo martista Novo Rumo, a candidatura do deputado estadual Zico Prado para o comando do PT-SP está ameaçada. Aliados dizem que terão de suar para que se mantenha na disputa. Overbooking – Marco Maia (PT-RS), relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, pode ter seguido à risca o que queria José Dirceu na hora de fazer o parecer, mas não terá vida fácil em seu estado. Os gaúchos, abalados pelo acidente da TAM, não gostaram nada aa pizza com a Anac. Vida dura – Maia pretendia usar a notoriedade da CPI para se cacifar na disputa pela prefeitura de Canoas. Além do revés do parecer impopular, o deputado terá em seu calcanhar Jairo Jorge, antigo colaborador de Tarso Genro. Então tá – O procurador-geral de Justiça de SP, que publicamente havia considerado "corporativista" a decisão do Órgão Especial do Ministério Público de efetivar o promotor Thales Schoedl, réu confesso do assassinato de Diego Mendes Modanez, recuou diante de seus pares. Em reunião do órgão, declarou ter "absoluta certeza" de que todos "agiram movidos por um juízo de convicção interna, longe de qualquer interesse".

TIROTEIO

* Do deputado Simão Pedro, líder do PT na Assembléia Legislativa, sobre o fato de o governador tucano ter mandado avaliar o preço de 18 estatais que poderão ter ações vendidas no mercado:

– Enquanto Fernando Henrique e Alckmin privatizavam no varejo, Serra quer vender o que resta do patrimônio paulista no atacado.