Bombeiros resgataram nesta sexta-feira mais quatro corpos de vítimas do enorme deslizamento provocado pelas chuvas no Morro do Bumba, em Niterói, elevando para 205 o número de mortos da tragédia no Estado. A informação é do Corpo de Bombeiros.
Niterói, na Região Metropolitana, é a cidade mais atingida, com 125 mortos. Só no Morro do Bumba, foram retirados até agora 27 corpos. O município do Rio registra 60 mortes após as chuvas que castigaram o estado e São Gonçalo, 16. Os demais municípios onde foram registradas mortes são Magé, Nilópolis, Paracambi e Petrópolis.
Ao menos mais 100 pessoas estariam soterradas debaixo da montanha de terra que derrubou dezenas de casas, de acordo com o governador Sérgio Cabral (PMDB).
"São cerca de 100 a 150 corpos, segundo o pessoal do Corpo de Bombeiros me passou. A situação é estarrecedora", disse Cabral a jornalistas em visita ao Morro do Bumba, onde conversou com moradores e familiares de vítimas.
"A responsabilidade pelo que aconteceu aqui é de todos nós, autoridades e sociedade", acrescentou.
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil trabalham desde a noite de quarta-feira no local, onde o deslizamento soterrou dezenas de casas numa área construída sobre um lixão. Até o início da tarde de sexta foram retirados 21 corpos do local e os trabalhos devem durar de duas a três semanas, de acordo com as autoridades.
Em Niterói, a cidade mais atingida pelas chuvas, já morreram 112 pessoas por conta do temporal que começou na noite de segunda-feira. Outras 60 pessoas morreram na capital, a maioria também em um deslizamento de terra que cobriu várias casas no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa.
O prefeito de Niterói, Jorge Roberto da Silveira (PDT), decretou estado de calamidade pública, e a prefeitura informou que vai custear o enterro de todas as vítimas da tragédia. Somente na quinta-feira foram enterradas 45 pessoas na cidade.
O governador anunciou que dois hospitais de campanha serão instalados na segunda-feira em São Gonçalo, município vizinho de Niterói onde morreram 16 pessoas, para atender as vítimas atingidas pelas chuvas na região metropolitana.
O governo dos Estados Unidos informou nesta sexta que vai enviar uma ajuda de 50 mil dólares às mais de 50 mil pessoas que ficaram desabrigadas ou desalojadas com a tragédia para a compra de kits higiênicos.
"Queremos expressar nossas condolências e oferecer nosso apoio ao povo do Rio de Janeiro durante esse período de dificuldade e mostrar nosso respeito pela força e pela perseverança do espírito fluminense na figura dos socorristas envolvidos no resgate daqueles afetados por essa tragédia", disse o embaixador Thomas Shannon em nota.
O papa Bento 16 também enviou mensagem à Arquidiocese do Rio de Janeiro prestando sua solidariedade às vítimas. "Para todos os provados por este drama... Sua Santidade Bento 16 invoca reconfortantes graças divinas em penhor das quais lhes concede paterna benção apostólica."
Surfe
No litoral da capital fluminense, ondas de até quatro metros de altura interditaram uma das vias da Avenida Atlântica, em Copacabana, que foi tomada pela areia e pela água do mar. A ressaca também provocou a interdição de uma faixa do Aterro do Flamengo, via expressa que faz a ligação entre a zona sul e o centro da cidade.
O mar da Baía de Guanabara também ficou bastante agitado e a água invadiu parte da cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont, prejudicando parcialmente as operações no local. A travessia de barcas e catamarãs entre Rio de Janeiro e Niterói também foi afetada pelo mar agitado.
Dezenas de surfistas aproveitaram as condições atípicas do mar de Copacabana para se aventurar nas ondas. "A onda tem característica como se fosse oceânica. É preciso até uma prancha maior para poder surfar", disse à Reuters TV o surfista amador Marco Aurélio Souza, de 38 anos.
A previsão do tempo indica que a maré ainda deve subir mais, após a passagem de ciclone extratropical perto do litoral do Rio. "Hoje é o dia dos surfistas, até porque a população sabe que o mar está perigoso e não vai se arriscar", disse um salva-vidas na praia.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), autorizou a remoção compulsória de moradores de 158 locais que estariam em situação de emergência na cidade.
Nesta semana, Paes já havia anunciado que a prefeitura iria remover de 1.500 a 2.000 famílias da Rocinha e do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa. A remoção, segundo o prefeito, será feita com ou sem o consentimento dos moradores.
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