Até as 15 horas deste sábado, a polícia ainda negociava com os 160 presos que se rebelaram na Penitenciária Estadual de Piraquara II, na Região Metropolitana de Curitiba. Por volta do meio-dia, um dos dois agentes penitenciários mantidos reféns desde as 16h30 de sexta-feira foi libertado. A própria secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, participava das negociações.
De acordo com a Seju, também há detentos entre os reféns, mas não se sabe quantos exatamente. Familiares que aguardam do lado de fora dizem que são sete.
Os presos que deram início ao motim são do chamado bloco seguro (local onde ficam ex-policiais condenados e estupradores, por exemplo). Eles seriam de um grupo rival a uma grande facção criminosa de São Paulo e pedem por transferência para outras unidades.
Por meio de nota, a Seju disse que "não vai admitir atos de barbárie no sistema penitenciário paranaense". Esta é a terceira revolta de presos no Paraná desde a rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), que terminou com saldo de cinco mortos no fim de agosto.
Richa
Ontem, durante uma carreata, o governador e candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) disse que as últimas rebeliões em presídios do Paraná "não são coincidência", sugerindo uma possível motivação política para os eventos. "Estamos tentando encontrar uma razão para essas rebeliões em série. Isso não é coincidência. É coisa programada. A polícia toda está em alerta, nós vamos encontrar os responsáveis e vamos punir", disse o governador.
Segundo Richa, o problema prisional no estado será resolvido com a construção ou reforma de 20 penitenciárias. A promessa, porém, que consta do seu plano de metas para os próximos quatro anos, foi anunciada ainda em 2013 e será bancada em sua maioria por recursos do governo federal (R$ 116,8 bilhões) com contrapartida do estado (R$ 45 milhões). As primeiras unidades, segundo Richa, serão inauguradas no início do ano que vem.