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SP

Motoboy é condenado a 31 anos de prisão pela morte de cunhada

O motoboy Sandro Dota foi condenado a 31 anos de prisão pela morte e estupro da cunhada Bianca Consoli, encontrada morta na noite de 13 de setembro de 2011, na casa onde vivia com seus pais, na zona leste de São Paulo. Ela estava com um saco plástico na cabeça e tinha sinais de enforcamento.

Sandro foi preso pelo crime após testes de DNA apontarem que o material encontrado sob as unhas de Bianca era compatível com o colhido nas calças que eram usadas por ele no dia do crime. O motoboy havia recusado fornecer material para comparação, como ocorreu com outras pessoas apuradas durante a investigação.

Em julho deste ano foi feito o primeiro julgamento do caso. No terceiro dia de júri, porém, Dota demitiu seu advogado, cancelando todos os trabalhos. Com isso, o julgamento foi reiniciado apenas ontem. Antes disso, porém, o réu encaminhou à Justiça uma carta confessando o assassinato, mas negando o estupro.

"O Sandro cometeu um homicídio e é justo que ele seja condenado. Nós respeitamos o sentimento da família da Bianca. (...) [Mas] se os senhores o condenarem por estupro, estará configurado um erro do Judiciário", afirmou o advogado Mauro Nacif, que representa do motoboy, durante os debates entre acusação e defesa, ocorrido hoje.

Na primeira parte de pronunciamento da defesa nos debates, o defensor já havia dito que a condenação pelo homicídio seria correta. "Ele é um assassino, sim. Mas, me digam em que momento ele a estuprou? (...) Para se estuprar alguém é preciso tirar a roupa, e Bianca foi encontrada com a roupa intacta e alinhada."

Já a acusação tentou apontar aos jurados que Dota não só foi responsável pelo homicídio e pelo estupro, como também premeditou o crime. "O crime foi premeditado. Ele conhecia a rotina da casa da família. (...) Quando ele invadiu a casa, ele teve todo o tempo do mundo para fazer aquilo que havia planejado."

Testemunhas

Ontem, Sandro foi interrogado e afirmou que era humilhado pela cunhada e, por isso, tinha raiva da jovem. "A Bianca sempre me humilhou e isso me fazia ter raiva dela. (...) Não fui à casa dela para matá-la. Fui tirar satisfação, pois ela tinha batido no meu enteado. Estou arrependido, mas só quero pagar pelo que fiz", disse.

"Eu não violentei a Bianca, isso está fora de cogitação", tinha afirmado ele logo no início de seu interrogatório.Antes do depoimento do réu, também foi exibido um vídeo com a confissão do motoboy. "Não está sendo fácil para mim. Mas estou disposto a pagar esse preço", afirmou ele, em seguida. Antes dele, foram ouvidos a delegada do caso, um investigador, uma perita, além de familiares de Bianca.

A mãe dela se emocionou, assim como o namorado da jovem, que disse que a confissão não muda nada. "Nada trará ela de volta", completou a irmã de Bianca, Daiana Consoli. Já a perita Ana Cláudia Pacheco disse que o material coletado sob as unhas de vítima é compatível com o analisado a partir das roupas do réu.

O crime

Os pais de Bianca estavam trabalhando e ela estava sozinha em casa quando foi assassinada. A tia dela, que mora ao lado, estranhou ao ver as janelas da casa abertas, com todas as luzes e TVs ligadas. O portão estava trancado.

Quando a mãe da jovem chegou, chamou um primo de Bianca, de 10 anos, para pular o portão e abri-lo por dentro. Os familiares, então, entraram na casa e encontraram a jovem estendida na sala, perto de uma porta que dá acesso à sacada. Alguns móveis da casa estavam revirados, mas nada foi roubado.

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